Mais que ressocializar, Miss Penitenciária significa um recomeço na vida das detentas
Além da disputa oficial, ontem foi realizado o Miss Simpatia e o concurso de poemas. Foto: RICARDO MARQUES |
Com muita emoção e lagrimas nos olhos, detentas do Presídio Feminino do Distrito Federal (popularmente conhecido como Colmeia) passaram por momentos inesquecíveis ontem (9). A terceira edição do concurso Miss Penitenciária DF 2011 foi um evento que marcou a vida de mulheres que agora só conseguem ver o mundo por trás das grades. A jovem de apenas 20 anos, Raira Aparecida Pereira Paixão, foi a vencedora do concurso que reuniu nove candidatas. O Alô foi um dos patrocinadores da festa. Além de prestar uma ajuda monetária, o Alô ofereceu uma ajuda social, pois a vencedora do evento já tem emprego garantido no jornal quando sair do presidio.
O primeiro lugar ganhou uma premiação no valor de R$ 1.000, já o segundo de R$ 800 e o terceiro de R$ 500. As vencedoras podem escolher entre receber o prêmio por meio de depósito em conta bancária ou destinar o dinheiro diretamente aos seus familiares. “Eu realmente não esperava ganhar esse prêmio. Sei que todas entram para ganhar, mas sinceramente, não esperava que essa fosse eu”, disse Raira Paixão quando recebeu a faixa de Miss.
Além do concurso premiar a beleza das meninas, também premiou a cultura delas. “Nós também fizemos um Concurso de Poesia”, declarou a diretora do presídio feminino, delegada Deuselita Martins. A vencedora foi uma mulher que nem conseguiu concluir o Ensino Fundamental. Márcia de Almeida Araújo ganhou o prêmio de R$ 500 com o seu poema “A maior ilusão”, que falava sobre os efeitos devastadores do crack. O segundo e terceiro lugar ganharam R$ 300 e R$ 200, respectivamente.
O subsecretário da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejus), Toddy Moreno, parabenizou a iniciativa do Alô em contribuir para a realização da festa e falou sobre a forma de ressocialização que o jornal proporcionará a Miss Penitenciária 2011. “Recomeçar é a palavra que guia essas meninas. E a primeira colocada irá sair com emprego garantido daqui para o jornal Alô Brasília”, revelou.
Saiba mais
A população carcerária feminina encontra-se, em sua maioria, entre as internas na faixa etária de 18 a 25 anos (37,8%). Já as demais faixas etárias são de 26 a 30 anos (23%); para 31 a 40 anos (22%); para 41 a 50 anos (12%); para 51 a 60 anos (3,3%); e acima de 61 anos (menos 1%).
Fonte: Alô Brasília
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