Só para treinamento

Exército chega a Santo Antônio do Descoberto, mas cidade ainda é terra sem lei.

Quando crimes ocorrem na cidade, polícia de Goiás é acionada pois muitas vezes não há delegados na região para atender demanda. Agora, a Força está na região, mas segurança será temporária. Foto: ROBERVAL EDUÃO.

Alguns dias após sete homicídios que aconteceram em Santo Antônio do Descoberto, o Comando Militar do Planalto realiza durante esta semana o quarto treinamento anual do Exército. Cerca de 600 militares de Brasília e Cristalina participam da ação. As tropas começaram a chegar à cidade goiana na tarde de segunda feira passada (8). O objetivo é preparar os militares para atuar em operações de garantia da lei e da ordem. Os exercícios são viabilizados por meio da ocupação de pontos estratégicos e por simulação de situações de risco. Nesses casos, feito com militares disfarçados de civis.

As tropas estão equipadas com armamento de munição não letal, como balas de borracha, granada de luz e som, spray de pimenta e carros blindado. O local foi escolhido por ser próximo da Capital Federal e também por ser um município pequeno. “A cidade tem cerca de 60 mil habitantes, a presença da tropa não traz muitos transtornos para o dia a dia dos moradores”, afirma o major do Comando Militar do Planalto Clovis Gomes Silva.

De acordo com a prefeitura, os sete homicídios que ocorreram nas últimas duas semanas são considerados atípicos, maior que a media anual da cidade. Para o governo local, a presença do exército é positiva, ainda que não seja para combater diretamente a violência. “A população tem a oportunidade de contato com o exército e com a tropa na cidade. A segurança ganha mais força”, afirma David Leite, prefeito.

Nas ações de simulação, um dos exercícios realizados é a montagem de bloqueios nos principais acessos da cidade. As principais ocorrências foram referentes a problemas de trânsito, como falta de documentos de alguns carros e motoristas e uma pessoa que dirigia embriagada. “A ação não tem vínculos com índices de criminalidade”, ressalta Gomes. Para a população, o exército garante segurança. “Consigo sair na rua com calma. Quando vejo os tanques de guerra na pista me sinto mais segura”, afirma a moradora Cleidiane Lopes da Silva.

Fonte: Jornal Alô