Câmara precisa se comunicar

[credito=Foto: Catarina Callado]
Vice-presidente da CLDF, Agaciel Maia (PTC),
Em entrevista, o vice-presidente da Câmara Legislativa, Agaciel Maia (PTC), faz uma análise sobre o trabalho que a Casa tem desenvolvido. Ele destaca que os projetos de relevância para Brasília estão sendo votados com rapidez. Além disso, informa que a relação entre o GDF e a CLDF é muito boa. Agaciel falou das perspectivas para as eleições de 2014, na qual será candidato a deputado federal, disse que a disputa para o Palácio do Buriti será mais concorrida que em 2010 e que os candidatos terão mais dificuldade de convencer os eleitores.

Como avalia a situação da Câmara Legislativa hoje?
Nós estamos fazendo nosso dever de casa, todos os projetos importantes foram votados. Votamos o Plano Diretor do Transporte Urbano (PDTU), que é exatamente o que está possibilitando essa melhorias como o Expresso DF. Matérias importantes como o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB) e a Lei de Urbanismo e Ordenamento do Solo (LUOS), todas elas estão sendo analisadas pela Câmara. Então, o GDF não pode reclamar de nenhuma atividade nossa, pois estamos com a pauta zerada, ou seja, os projetos importantes para Brasília foram votados.

Por que falta quórum nas sessões?
Na realidade o quórum é dado pelas matérias. As atividades dos deputados não se resumem somente em plenário. A atividade principal do deputado é a comissão. Atualmente temos dez comissões temáticas dentro da Casa. Esse trabalho tem ocorrido normalmente. Quando não tem matéria para ser colocada na ordem do dia, e às vezes se concentra uma votação, ficam projetos pendentes, principalmente os de deputados. Foi feito um acordo para votar os projetos do Executivo na terça e do Legislativo na quarta. Quando não há quórum é porque não existe uma pauta importante, então o deputado prefere ao invés de vir para plenário apenas discutir, visitar as cidades, ver quais são os problemas existentes nelas.
O quórum não é uma coisa intencional do deputado.

Como está o relacionamento entre o GDF e a CLDF?
O governo tem uma base ampla, tem apenas três ou quatro deputados de oposição e todas as matérias encaminhadas pelo governo, que são importantes para Brasília, têm sido votadas. O relacionamento entre o Executivo e o Legislativo tem sido muito bom, muito positivo.

Qual a sua opinião sobre o trabalho realizado na Casa?
O nosso trabalho é feito, mas acho que precisamos de divulgação. Por isso que defendo a implantação da TV Distrital, porque ela mostra em tempo real tudo que está acontecendo aqui dentro. Às vezes, o deputado produz muito, mas como não é divulgado, a sensação que se tem é que não estamos fazendo nada. A exemplo do que foi criado no Senado, que é uma Secretaria de Comunicação Social, onde tem uma rádio, um jornal informativo e uma TV, eu estou lutando para fazer o mesmo aqui. A comunicação até melhora no que diz respeito à presença dos deputados, porque ao saber que está sendo transmitido para todo o DF uma sessão plenária, o deputado vai querer estar lá, porque se não o cidadão que está assistindo à TV Distrital vai dizer: “Cadê o deputado em quem votei? Não estou vendo ele”. Então é uma maneira de o cidadão fiscalizar o trabalho dos deputados.

Os projetos que estão em tramitação serão votados no período correto, ou deixados para próximo do recesso?
Há uma grande discussão em volta dos projetos mais polêmicos que estão em tramitação, que é o da LUOS e o do PPCUB. Estão sendo feitas audiências nas cidades, para discutir o que a população quer em cada área. Esses projetos precisam tramitar em várias comissões. O governo tem a intenção de aprovar ainda este ano, mas eu acho o prazo um pouco apertado. Há uma possibilidade de ficarem para o ano que vem, vai depender de como serão as audiências, se vai ter muita polêmica ou não. Metade dos deputados acredita que dá para votar ainda este ano, outra metade acredita que não.

Como avalia os trabalhos dos seus companheiros de Câmara?
É um quadro muito bom. São deputados de ideologias, formação acadêmica e origem diferentes. Temos deputados dedicados e esforçados, de perfis diferentes. Alguns eleitores gostam de deputados mais intelectuais, outros preferem os mais realizadores, outros gostam mais dos populares. O fato de eles terem sido eleitos já demonstram que eles têm um perfil diferente, portanto é uma amostra da população do DF.

Qual a sua opinião sobre o atual governo?

Bom, na minha opinião perdemos dois anos praticamente sem fazer nada. O primeiro ano foi para organizar a Casa, já que o DF estava lotado de problemas. Ainda teve a situação em que o governador teve que participar de uma CPI, daí o problema de desconstrução da imagem dele nesses dois primeiros anos. A partir desse ano é que as coisas começam a acontecer. O problema maior do governo é o de gestão, existe o recurso, precisa-se apenas que esse dinheiro seja transformado o mais rápido possível em benefício para a população e havendo uma política de comunicação eficaz, essas realizações vão aumentar a popularidade do governo. Na minha perspectiva, acho que estamos melhorando. Precisamos apenas acelerar um pouco mais.

O que o Senhor acha do governador Agnelo Queiroz? Acredita na reeleição dele?
Eu acredito que a reeleição do governador Agnelo, que é um sujeito humanista, depende somente dessa performance de fazer e transformar os recursos que Brasília tem em melhoria da qualidade de vida da população. Acho que o principal condicionante da reeleição do governador é apenas aumentar o ritmo das realizações que estão sendo feitas no Distrito Federal.

Sobre as eleições de 2014, quem receberá seu apoio?
Eu sou da base do governo. O Partido Trabalhista Cristão (PTC) deve continuar apoiando o governador Agnelo Queiroz.

Como o Senhor avalia os pré-candidatos ao governo do DF?
Eu acho que só existem dois candidatos hoje, que é o governador Agnelo e o senador Rodrigo Rollemberg (PSB). Os demais candidatos precisam exatamente formalizar para que possamos fazer uma avaliação. A fotografia de hoje é essa: apenas Agnelo e Rollemberg. Eu não sei qual será a fotografia em junho de 2014, quando terminam as convenções partidárias. Até lá é uma futurologia, não tenho condições de avaliar ainda quais serão os principais candidatos. A candidatura de governo é uma equação em que você precisa ter algumas variáveis para preenchê-la.

Como vê as próximas eleições?
Com a aprovação da minirreforma, que proíbe placas na rua, proíbe um monte de coisa, posso dizer que será uma campanha onde os candidatos terão que gastar muita sola de sapato e saliva. Terão que convencer os eleitores a votarem. O bom é que vai ser uma condição de igualdade entre todos os candidatos, essa coisa onde o poder econômico influenciava muito foi tudo proibido. Então, todos terão condições de igualdade. É algo benéfico, porque todos têm as chances iguais. Acredito que os novatos podem ter mais chances, afinal estão com mais disposição.

Qual a sua expectativa pessoal para as eleições de 2014?
Sou candidato a deputado federal. A única pendência que tenho é o problema da coligação do partido, pois sabemos hoje que a candidatura depende de 50% da coligação e de 50% do candidato. A coligação pesa demais e para federal é uma quantidade bem menor de candidatos. Será uma eleição extremamente disputada, muito mais que a de 2010. Com a criação de novos partidos, teremos muito mais candidatos. Estou animado e disposto para as eleições de 2014.
Fonte: Jornal da Comunidade

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