DF alcança segundo lugar em homicídios de jovens

Órgão divulga relatório sobre situação dos adolescentes em todo o país
 
Quantidade de adolescentes, entre 12 e 17 anos, assassinados em Brasília cresceu 35,7. Foto: RICARDO MARQUES.
Apesar da queda no número de adolescentes pobres e analfabetos, um estudo divulgado ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) aponta que Brasília é a segunda unidade da federação em número de homicídios contra jovens entre 12 e 17 anos. O  relatório denominado “Situação da Adolescência Brasileira” apontou para uma evolução em oito de dez quesitos que avaliaram o quadro social em que vivem os jovens de 12 a 17 anos, entre os anos de 2004 e 2009.

Os números mostram por exemplo, que o DF é um dos locais do país com menos adolescentes pobres. Em 2004, o índice de jovens vivendo com ¼ do salário mínimo era de 11% em um grupo de 100 mil. Em 2009, o número caiu para 6,4%. Já a quantidade de adolescentes analfabetos diminuiu de 1307 em 2004, para 522 em 2009. No entanto, a quantidade de jovens entre 12 e 17 anos assassinados na capital cresceu de 35,7 para 36,6 no grupo de 100 mil adolescentes no mesmo período. A estatística coloca o DF como a segunda maior unidade da federação nesse tipo de crime, atrás apenas do Espírito Santo. “Essa definitivamente não é uma idade para morrer”, avalia Mário Volpe, coordenador do relatório. “Não existe um estudo específico que justifique esse número, mas a desigualdade social é um fator ponderante”, afirma o especialista.

O jovem Ruan Carlos Rodrigues, 18 anos, morador do Jardim Roriz em Planaltina mudou-se há cinco anos com a família do Piauí para a capital em busca de melhores oportunidades. “A primeira impressão foi de susto, presenciei mortes, tiroteios e guerras de gangue. Mas se você não se deixar levar por más influências, não é o local onde você mora que vai sentenciar quem você vai ser”, acredita o estudante do ensino médio, que batalha para entrar no curso de informática da UnB. “Enquanto os governantes não oferecem melhores oportunidades, o jovem precisa fazer seu próprio caminho”, define.
 
Fonte: Jornal Alô

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