Susto na conta de água

Companhia reclassifica residências, aumenta pela 2ª vez a tarifa e revolta moradores

Dona de casa Luzimar Vieira reclama que teve sua conta aumentada em 67%. Foto: Ricardo Marques.
A população do Distrito Federal terá que pagar pelo erro da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) que há cinco anos não atualiza o cadastro de mais de 50% das residências que no passado eram classificadas como rústicas ou populares (moradias de madeira, piso de chão e telhado sem forro e sem laje), mas que hoje se enquadram como residências completas de alvenaria. Isso significa que a tarifa que antes era de R$ 12,80 por 10 metros cúbicos de água, passará a custar R$ 17,00. A Caesb informa que quase não mais existe esse tipo de moradia no Distrito Federal e que quem considerar o aumento injusto, terá 30 dias para contestar.

A dona de casa Luzimar Vieira do Gama, conta que mora em um apartamento de dois quartos que possui lage, cerâmica e outros revestimentos. Ela recebeu da Caesb um comunicado avisando que haveria um recadastramento e que se houvesse divergências ela poderia constestar. “ A minha conta era de R$44,64, no mês de agosto passou para R$ 74,28. Fiquei surpresa com o aumento da conta, pesou no orçamento familiar” comenta Cláudia.

O diretor da Caesb, Valtrudes Pereira Franco , explica que o recadastramento feito pela Caesb tem como objetivo aplicar o decreto nº 26.590, de 23 de setembro de 2006, que estabelece critérios para classificação de um imóvel como rústico. Segundo ele, os cadastros foram feitos de forma arbitrária, mas com a legislação de 2006 já era para ter ocorrido o recadastramento. “A Caesb deveria ter tomado essa atitude,  desde 2006”.

“A Caesb tem 548 mil ligações entre industrial, comercial, residencial normal , rústico ou popular . Dessas 548 mil, nós dectamos que existia 297 mil moradias cadastradas como populares, mais de 50%, o que é absolutamente inverídico. Na nossa avaliação, você tem 50% da população usando uma tarifa subsidiada e isso não é justo” explica Valtrudes.

Ainda segundo o diretor a avaliação  se a casa é rústica ou não, é feita por funcionários da Compania. Eles a fazem a avaliação e leitura dos hidrômetros quando entregam a conta de água nas residências.

A Caesb informa, por meio de sua assesoria de imprensa, que tudo indica que em algumas regiões do Distrito Federal o cadastro estava desatualizado há mais de 20 anos. “Para se ter uma idéia tinha contas cadastradas como residencias rústicas até no plano piloto, o que não existe. No Guará havia mais de 6 mil casas cadastradas como rústicas, enquanto todas as casas são de alvenaria”, informa a assessoria de imprensa.

A moradora do Guará, Paula Aparecida, diz que sua casa é de alvenaria, tem cimento no chão e lage, mas que mesmo assim sempre pagou a tarifa especial. “Acho errado o que eles estão fazendo. De um dia para o outro, eles comunicam que a minha casa não está nos padrões e que eu vou ter que pagar mais caro. Não estava contando com isso”, protesta.

De acordo com a compania, quem se sentir lesado com a nova cobrança pode ir até os escritórios da Caseb, entrar no site ou ligar no 115. A compania irá até a residência para averiguar a situação.

Esta é o segundo aumento do ano.  Em maio foi de 7,23.
Fonte: Jornal Alô

Postar um comentário

0 Comentários