Câmara debate situação do "Nosso pão e nosso leite"

Participantes se manifestaram a favor e contra o programa. Foto: Silvio Abdon/CLDF.
A angústia dos produtores de leite do Distrito Federal e dos beneficiários do programa "Nutrindo a Mesa - Nosso Pão e Nosso Leite", ante as possibilidades de mudanças propostas pelo governo, foi o centro da discussão promovida hoje (29) em audiência pública conduzida pela deputada Eliana Pedrosa (DEM). Para Eliana, essa situação precisa ser esclarecida para acabar com as tensões que envolvem todos os interessados na questão.

O deputado Aylton Gomes (PR) foi enfático ao afirmar que seria "um crime acabar com um programa como esse", que vem sendo executado há tantos anos com muito sucesso. Também o deputado Joe Valle (PSB) participou dos debates, defendendo tanto a participação dos produtores de leite no programa quanto o direito dos beneficiários a produtos de qualidade. Agaciel Maia (PTC) reforçou a importância do programa no atendimento a uma ampla camada da população. 

Produtores de leite, beneficiários do programa e lideranças comunitárias se manifestaram na audiência. Maria Iracema Carvalho, da Associação dos Moradores de Planaltina, por exemplo, foi categórica ao afirmar que o programa não está funcionando bem e que o leite recebido está frequentemente azedo e o pão, mofado.

Na mesma linha se pronunciou Maria Betânia Nunes, que foi beneficiária do programa em Brazlândia. Para ela, deve-se pensar não apenas na sobrevivência do produtor, mas também em quem recebe os produtos, pois "o povo tem direito à escolha e a uma alimentação digna". "É triste depender de pão mofado e leite mal armazenado", lamentou.Iris Ferreira, do movimento “Mulheres em Ação”, de Brazlândia, defendeu parcerias com as padarias de cada localidade, “pois assim ninguém levaria leite azedo nem pão mofado para casa”.

Por outro lado, Mariene Barreira, presidente da Associação dos Voluntários do Hospital Regional do Gama, disse que é contra “o paternalismo que distribui pão e leite, pois todo cidadão deve ter um trabalho e viver dele”. Mariene criticou a distribuição de dinheiro pelo governo, acrescentando que “muitas mães usam a verba para fazer as unhas em salões de beleza”.

Como vai ficar?
Para o produtor Manuel Palhares, da Estância Leiteira Ponte Alta, o programa é honesto, apóia o pequeno produtor e deve permanecer, “até por que muita gente realizou investimentos e contraiu dívidas”. Palhares questionou como ficaria a situação dos produtores se o governo passasse a distribuir dinheiro no lugar do leite.

Outro produtor, Renato Saliba, observou que sua cooperativa tem mais de 40 projetos para melhorar os plantéis e aquisição de matrizes, entre outros investimentos. Disse também que a produção é fiscalizada constantemente, descartando a possibilidade de entrega de leite azedo.    

Também participaram da audiência os secretários adjuntos de Agricultura, Nilton Guimarães, de Desenvolvimento Social, Daniel Seidel e o vice-presidente da Associação dos Processadores de Leite do Distrito Federal, Claudio Roberto de Toledo.

Fonte: Câmara Legislativa do DF

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