Preparação para o primeiro emprego

Simulação gratuita pela internet revela qual seria o desempenho dos candidatos em uma entrevista. O sistema também aponta erros e acertos dos usuários
 
Viviane recebeu dicas importantes e se sente mais segura para pleitear uma vaga no mercado de trabalho

Procurar o primeiro emprego é uma missão angustiante. Aqueles que, como Viviane Alcantara, 20 anos, buscam uma oportunidade mas não têm experiência profissional vivem a ansiedade de quem não sabe o que vai acontecer no mercado. A estudante de direito está no primeiro semestre e , enquanto não pode estagiar na área, quer trabalhar para ter o próprio dinheiro e um pouco mais de independência financeira. Ela aguarda ser chamada para uma entrevista. É nesse momento que surgem as dúvidas: “Qual o jeito certo de me comportar, o que eles perguntam, qual a resposta certa?”.

É para ajudar pessoas nessa posição que a T & T, instituto especializado no desenvolvimento de softwares, criou o site. A simulação é composta por cinco perguntas que variam a cada tentativa e três minijogos que imitam uma dinâmica de grupo. Ao final, um relatório é enviado para o e-mail do usuário. Ele contém dicas de como melhorar e explicações sobre o que o entrevistador vai analisar em uma possível seleção ao vivo.

Viviane aprovou a ferramenta. “As considerações são muito boas. Deixam a pessoa mais tranquila porque ela sabe o que esperar”, afirma. Segundo Cristianna Araújo, diretora da T & T, esse era o objetivo ao lançar o programa. “O candidato pode estar muito bem preparado, mas, na hora da entrevista, bate o pânico e ele esquece tudo que ia falar”, analisa. Para ela, o único remédio é praticar sem o medo de perder uma vaga. É aí que entra o portal da admissão.

A ferramenta é específica para aqueles que querem trabalhar pela primeira vez, pois o que é requisitado ao pleiteante é peculiar dessa fase de entrevistas. “Não se esperam experiência e muito conhecimento técnico do principiante. O que se procura é um determinado perfil”, conta a executiva da T & T. Ela revela que o jogo é apenas a primeira etapa de um projeto maior. “O objetivo é criar uma plataforma que simulará várias etapas de seleção para todo o tipo de profissional, desde a mais geral até a mais específica”.

O nervosismo sentido no primeiro passo da vida profissional é tão comum que existem consultorias especializadas em melhorar o desempenho de quem usa o serviço. A Trendset, empresa de RH, é uma das que oferece essa possibilidade. O procedimento é parecido com o do portal da admissão: a sócia gerente da Trendset, Bianca do Valle, faz uma entrevista de emprego fictícia com o cliente e, durante a conversa, analisa a pessoa. Ao final, enumera os pontos positivos e negativos do candidato, além de esclarecer eventuais dúvidas.

Determinação
Para o consultor de RH e diretor de operações da Human Brasil, Fernando da Costa, todas essas opções são boas e ajudam o candidato. Entretanto, ele acredita que algumas ações podem ser feitas antes desse passo. Para Costa, o mais importante é a pessoa saber o que quer para não se decepcionar no primeiro dia de trabalho. A partir daí, o ideal é definir a abordagem correta para atingir o objetivo.

“Um bom método é conversar com pessoas que já exercem a atividade desejada e que tenham passado por uma seleção semelhante”, indica Fernando. Isso é necessário para identificar as competências buscadas pelo empregador. Nesse ponto, ele faz um alerta: “ Não é para o candidato fingir que possui as habilidades, mas sim ver se ele se identifica com elas”. Costa afirma que não adianta ensaiar discurso, já que a pessoa do outro lado está lá para identificar quem faz isso. “Quanto mais natural o candidato for na entrevista, melhor”, explica.

O ponto comum que ele estabelece a todas as profissões é um: todos devem procurar informações sobre o local onde pretendem trabalhar. “Essa atitude demonstra proatividade e interesse por parte de quem quer a vaga”, revela. E são essas as características mais buscadas em pessoas no começo da vida profissional, já que, nesse ponto, é difícil exibir um largo currículo.

Outro fator que nunca se deve negligenciar é a aparência pessoal. O consultor em recursos humanos acredita que é melhor pecar por excesso do que por falta de algo. Logo, no caso de dúvida de como se vestir, ele indica o uso de trajes mais formais. Além disso, ser educado e não demonstrar grandes emoções durante a conversa são comportamentos necessários durante a avaliação. “Não se comporta em uma entrevista como se comporta em casa”, conclui Fernando.

Fonte: Correio Web

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