Rosso tentou prejudicar novo governo

A leitura de um documento, durante reunião na sede da Novacap, no último sábado (8), feita pelo secretário de Obras, Luiz Carlos Pitiman, datado de 29 de outubro de 2010, revelou uma sabotagem da antiga gestão do Governo do Distrito Federal à gestão que assumiu no dia 1º de janeiro de 2011.

O documento assinado dois dias antes da votação do 2º turno, quando as pesquisas já davam como certa a vitória do governador Agnelo Queiroz (PT) sobre a candidata Weslian Roriz (PSC), ordenava a paralisação dos serviços de poda de árvores, corte de grama e limpeza das ruas do DF feitos por empresas contratadas pela Novacap, como publicou o Coletivo na edição de domingo (9).
Segundo fontes de dentro do governo, a intenção era prejudicar o início da gestão de Agnelo, que assumiu o cargo com a cidade em péssimas condições e com  ruas em completa desordem por conta da falta de pessoal para realizar os serviços.

O mato que tomou conta do DF comprova o descaso do governo passado
A decisão de paralisar os serviços teria partido do próprio ex-governador Rogério Rosso (PMDB) como afirma uma fonte de dentro do Buriti. O motivo não teria sido o corte de gastos ou má gestão de contratos, mas a iminente derrota de sua madrinha política Weslian, que àquela altura havia substituído no pleito seu marido e ex-governador do DF Joaquim Roriz (PSC), barrado pela Lei da Ficha Limpa.

A sabotagem de Rogério Rosso teria como pano de fundo prejudicar o início da gestão de Agnelo Queiroz, já que, mesmo fazendo parte do partido do vice-governador na chapa de Agnelo, Tadeu Filippelli (PMDB) declarou apoio à família Roriz, responsável pelo início de sua carreira política, quando Joaquim Roriz ainda fazia parte do quadro peemedebista.

A existência do documento e sua leitura foi confirmada ainda no sábado pelo secretário de Saúde, Rafael Barbosa, que havia participado da reunião apenas como observador e informou que não sabia que era o responsável pela ordem. A reportagem também foi confirmada pelo Jornal da Comunidade com o governador Agnelo na segunda-feira (10), após a visita feita ao Hospital de Base. Na terça-feira (11), foi a vez de Pitiman confirmar que leu o documento na presença do governador e de outros secretários, porém o secretário de Obras não quis comentar o assunto. “Eu li a matéria. Tudo o que estava escrito [na matéria do Coletivo] é verdade, mas eu não vou falar sobre isso”, confirmou Pitiman.

A divulgação do documento tem sido tratada em um jogo de empurra-empurra, nenhuma das assessorias, tanto do secretário de Obras, quanto da Novacap, quer falar sobre o assunto. Já a Secretaria de Comunicação preferiu o silêncio e, até o final desta edição, não respondeu aos nossos telefonemas.

A ordem dada às empresas que prestavam o serviço ao GDF causou um imenso caos na manutenção da cidade. Depois da ordem, as empresas pararam os serviços e transferiram os funcionários para outras funções por não estarem sendo utilizados pela Novacap.

Fonte: Jornal da Comunidade

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