🚗 CNH pode ficar até 80% mais barata: nova proposta promete facilitar acesso à carteira de motorista

💡Projeto do governo quer extinguir obrigatoriedade de autoescolas, reduzir custos e democratizar a habilitação no Brasil

Um novo projeto apresentado pelo Ministério dos Transportes pode transformar radicalmente o processo para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil. A proposta, inspirada em modelos internacionais, quer eliminar a exigência de frequentar autoescolas, o que pode reduzir o custo para obter a carteira em até 80%.

Atualmente, o valor mĂ©dio para conseguir a CNH gira em torno de R$ 3.200, sendo a maior parte — cerca de 77% — destinada Ă s aulas em Centros de Formação de Condutores (CFCs). Para muitos brasileiros, especialmente jovens de baixa renda, esse valor Ă© um obstáculo. Segundo o MinistĂ©rio dos Transportes, 40 milhões de brasileiros tĂŞm idade para dirigir, mas ainda nĂŁo possuem habilitação, em grande parte devido ao alto custo.

➡️ Como vai funcionar?

A ideia Ă© flexibilizar o processo. Com o novo modelo, o candidato poderá estudar por conta prĂłpria ou contratar instrutores independentes, credenciados pelos Detrans e pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). Assim, o futuro condutor sĂł precisará fazer as provas teĂłrica e prática, sem ser obrigado a frequentar as autoescolas — prática comum em vários paĂ­ses.

Henrique Souza, de 22 anos, atendente de supermercado no DF, ilustra bem essa realidade. “A habilitação Ă© cara demais. Se eu pudesse aprender com meu pai e pagar sĂł pelas provas, facilitaria muito”, conta.

📉 Impacto social e segurança no trânsito

A proposta também quer enfrentar outro dado alarmante: 39% dos donos de carro no Brasil dirigem sem habilitação, número que sobe para 45% no caso de motociclistas. Para o governo, ampliar o acesso à CNH pode ajudar a reduzir esses índices, trazendo mais segurança para as ruas.

Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, a ideia nĂŁo Ă© acabar com as autoescolas, mas dar opções. “Quem preferir continuar no formato tradicional poderá fazĂŞ-lo normalmente”, explica. Já o secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo CatĂŁo, defende que a mudança garante mais autonomia, menos burocracia e inclusĂŁo social.

🚦 Especialistas pedem cautela

Apesar dos benefĂ­cios, a proposta tem gerado debate. Para a educadora de trânsito Márcia Pontes, referĂŞncia nacional no tema, a mudança pode ser um risco. Ela alerta que o Brasil já ocupa posições preocupantes em mortes no trânsito. “Cortar a estrutura de formação, em vez de aprimorá-la, pode ser um desastre”, critica.

Márcia lembra ainda que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é considerado um dos mais avançados do mundo por ter a educação para o trânsito como princípio central. Para ela, o problema não é a lei, mas a forma como é aplicada.

đź“‘ PrĂłximos passos

Inicialmente, o projeto se aplica às categorias A e B (motos e carros de passeio) e ainda precisa passar pela aprovação da Casa Civil para avançar. O Ministério dos Transportes avalia expandir o modelo futuramente para motoristas profissionais.

Enquanto isso, o Departamento de Trânsito (Detran) reforça que, qualquer mudança, deve vir acompanhada de medidas que garantam educação de qualidade para motoristas, porque “trânsito seguro Ă© prioridade”.

Por Rogério Marques

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