Apostas online preocupa autoridades educacionais do DF

A SEEDF tem reforçado a proibição do uso de celulares nas salas de aula e estuda a instalação de bloqueadores de sinal nas escolas, se necessário. Foto: Divulgação.

A crescente popularidade dos jogos de apostas online tem alarmado as autoridades educacionais do Distrito Federal. Em escolas públicas e privadas, adolescentes estão sendo atraídos por essas plataformas, comprometendo seus estudos e relacionamentos sociais. A Secretaria de Educação do DF (SEEDF) já iniciou ações para tentar controlar essa prática.

De acordo com relatos de estudantes, as apostas começaram a ganhar força no final do ano passado, e ocorrem tanto em aulas presenciais quanto nas remotas. O uso de celulares, proibido em sala de aula, facilita a realização dessas apostas, muitas vezes escondidas dos professores e pais. As plataformas incentivam os alunos a convidarem colegas, oferecendo recompensas extras por novos usuários.

Especialistas alertam para os riscos desse comportamento, especialmente em crianças e adolescentes, que estão em uma fase vulnerável de desenvolvimento. A busca por recompensas rápidas pode gerar comportamentos compulsivos e desviar os jovens de suas responsabilidades escolares e relações sociais. Além disso, o vício em apostas pode resultar em problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e baixa autoestima.

A situação é ainda mais grave em algumas escolas públicas, onde foi constatado que alunos estão usando benefícios como o programa Pé-de-Meia — que concede uma mesada de R$ 200 — para apostar. Esse comportamento preocupante tem levantado debates sobre a necessidade de reforçar as políticas de prevenção e controle.

O problema também atinge escolas particulares, onde os alunos compartilham histórias de ganhos e perdas. Pais e professores estão cada vez mais envolvidos no enfrentamento dessa questão, buscando conscientizar os estudantes sobre os riscos e promovendo educação financeira para estimular uma relação saudável com o dinheiro.

A SEEDF tem reforçado a proibição do uso de celulares nas salas de aula e estuda a instalação de bloqueadores de sinal nas escolas, se necessário. A conscientização, tanto em casa quanto nas instituições de ensino, é apontada como a chave para combater o vício em apostas e garantir um ambiente escolar saudável e seguro.

A colaboração entre escolas, famílias e a comunidade é essencial para enfrentar esse desafio e proteger os jovens dos riscos associados às apostas online.

Aqui estão quatro dicas importantes para proteger seus filhos dos riscos das apostas online e do desenvolvimento de comportamentos compulsivos:

1. Reduza o uso de telas Promover atividades que afastem as crianças das telas é essencial. Incentive a prática de esportes, passeios ao ar livre e o contato com a natureza, criando alternativas saudáveis e divertidas para ocupar o tempo livre dos jovens.

2. Mantenha o diálogo aberto Converse frequentemente com seus filhos sobre o que fazem online e monitore o uso dos dispositivos eletrônicos. Além disso, é importante limitar ou evitar que os adolescentes tenham acesso a cartões de crédito ou informações financeiras da família, para evitar impulsos de gasto nas plataformas de apostas.

3. Ensine educação financeira Educar as crianças desde cedo sobre o valor do dinheiro e os perigos do endividamento é crucial. Explique a diferença entre investimentos seguros e apostas arriscadas, além de incentivar uma gestão financeira responsável.

4. Seja parceiro nas atividades online Acompanhe seus filhos em suas atividades digitais, jogue com eles e discuta os conteúdos que consomem. Isso ajuda a construir um ambiente de confiança, facilitando a identificação de comportamentos de risco e promovendo a conscientização.

Por Rogério Marques

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