Como uma bolsa confeccionada por artesãs do Riacho Fundo chega a uma
loja de luxo nos Estados Unidos? Se transformar material reciclável em
roupa pode soar como proeza, a façanha da Cia do Lacre aumenta de
estatura ao ter como próxima etapa vencer fronteiras de moeda, idioma e
geografia. A cooperativa demonstra como micro e pequenos negócios podem
conquistar clientes fora do país, mesmo que os exportadores nacionais
ainda não tenham se recuperado do impacto da crise de 2008.
Com aproximadamente 14 mil delas vendendo para outras nações, o número de micro e pequenas empresas exportadoras brasileiras atingiu o pico em 2004. Desde então, tem encolhido. Outro golpe veio com a crise americana, que achatou a fatia ocupada por empreendedores de menor porte nas vendas para fora do país em número e participação de mercado, apontam dados do Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior (MDIC). Reduções de custos e burocracias ajudam a dar fôlego às que resistem.
No governo federal, trabalha-se na criação do Simples Internacional, para países de língua portuguesa e espanhola inspirado no programa que reduz a complexidade no pagamento de impostos à Receita Federal. “A intenção é aproximar a experiência do comércio externo do interno, criar um processo facilitado”, detalha o diretor do Departamento de Micro, Pequenas e Médias Empresas do MDIC, Gustavo Gasbarro. “Faltam questões como operador logístico. A ideia é que ele faça a operação porta a porta. Toda a parte burocrática seria realizada pelo operador, não pela empresa", adiantou.
Bastam, por exemplo, três documentos - nota fiscal, documento de conhecimento postal e fatura comercial - para começar a enviar produtos para fora por meio do Exporta Fácil, serviço dos Correios focado em micro e pequenos negócios. Desde a criação, em 2000, as condições atraíram 11 mil empresas do país a usar o programa.“Temos também as mais baixas tarifas do mercado”, aponta José Maurício de Souza, assistente de comércio exterior da empresa pública em unidade que atende Brasília e Entorno.
No Distrito Federal, onde não foi disponibilizado o total de usuários,
nove em cada dez bens enviados pelo programa seguiram para os Estados
Unidos, conforme balanço de janeiro a outubro deste ano. Emirados Árabes
Unidos e Grã-Bretanha foram os principais destinos seguintes. Embora a
maior parte das remessas (47%) da região seja de vestuários e acessórios
(como bolsas da Cia do Lacre), empreendedores locais exportam também
peças de veículos agrícolas, indústrias gráficas e de alumínio.
Ainda assim, a capital do País responde por menos de um porcento dos envios do programa. “Apesar disso, acredito que estamos em vantagem. Por ser uma cidade administrativa, Brasília não tem natureza exportadora. Estados como Bahia e Paraíba possuem potencial de comércio bem maior e estão pior posicionados”, defende Souza. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerias lideram as vendas.
Ainda assim, a capital do País responde por menos de um porcento dos envios do programa. “Apesar disso, acredito que estamos em vantagem. Por ser uma cidade administrativa, Brasília não tem natureza exportadora. Estados como Bahia e Paraíba possuem potencial de comércio bem maior e estão pior posicionados”, defende Souza. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerias lideram as vendas.
Fonte: Correioweb
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