Animação argentina constrói uma divertida fábula futebolística na qual jogadores de pebolim ganham vida.
Jogadores de pebolim ganham vida e disputam uma partida de futebol de verdade na animação "Um Time Show de Bola", do argentino Juan José Campanella (Foto: Divulgação). |
Às vésperas de uma Copa do Mundo no Brasil, o cinema nacional “comeu
bola”. Foram os argentinos que soltaram o primeiro filme com temática
futebolística da temporada. Depois de levar o Oscar de filme estrangeiro
pelo suspense O segredo dos seus olhos (2009) – no qual
incluiu uma bela homenagem ao nobre esporte bretão –, o diretor Juan
José Campanella explorou o tema em uma animação bem produzida. Um time
show de bola não deve nada às produções do gênero feitas em Hollywood e
ainda preserva um estilo bem regional.
O herói é um jovem com talento para jogar pebolim. Na infância, Amadeo
viveu seu momento de glória ao vencer Colosso, um moleque metido, na
mesa instalada no botequim no qual trabalha a vida toda. Seu rival
naquela partida cresceu e se tornou um famoso jogador de futebol. Ele
retorna ao povoado para apagar sua única derrota na vida construindo um
estádio sobre os escombros do vilarejo.
A disputa de pebolim que dá início à rivalidade entre os personagens da animação "Um Time Show de Bola", do argentino Juan José Campanella (Foto: Divulgação). |
Quando as máquinas demolem o bar, o desespero de Amadeo dá vida aos
pequenos jogadores do pebolim. Eles se unem como um verdadeiro time para
ajudar o rapaz. A história é uma fábula contada por um pai (uma versão
mais madura de Amadeo) a seu filho. Portanto, até mesmo os exageros –
principalmente, a megalomania que domina a etapa final – são
justificados.
Amadeo enfrenta seu adversário numa partida de futebol para salvar a cidade, com a ajuda de jogadores de pebolim em "Um Time Show de Bola" (Foto: Divulgação). |
O filme se sai melhor quando apela para a simplicidade, brincando com o
universo boleiro de forma inteligente. Cada bonequinho da mesa tem uma
personalidade bem definida. É uma pena que os distribuidores tenham
optado por lançar apenas cópias dubladas, pois o sotaque portenho
acrescenta bastante aos personagens. Há boas piadas com o dramalhão
típico dos jogadores latinos, os egos inflados e a rivalidade entre
clubes. Campanella ainda faz referência a clássicos do cinema, como 2001: uma odisseia no espaço e Apocalipse now.
UM TIME SHOW DE BOLA *** (Metegol, Argentina/Espanha, 2013). Gênero: animação. Duração: 106 min.
Na animação "Um Time Show de Bola", de Juan José Campanella, os bonecos de pebolim criados pelo menino Amadeo enfrentam o desafio de vencer uma partida de futebol de verdade (Foto: Divulgação). |
Fonte: Época
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