Minha Casa, Minha Vida: mutuários do Entorno reclamam de falhas em imóveis

Famílias que compraram imóveis pelo programa do governo federal reclamam de problemas tanto estruturais como o não cumprimento de cláusulas de contrato.

Cristiane e a família mudaram-se de Vicente Pires para Valparaíso atrás do sonho da casa própria, mas compra virou pesadelo (Fotos: Iano Andrade/CB/D.A Press)
Cristiane e a família mudaram-se de Vicente Pires para Valparaíso atrás do sonho da casa própria, mas compra virou pesadelo.
A cada quatro horas, um atendente do telemarketing da Caixa recebe uma ligação de um mutuário do Entorno do Distrito Federal reclamando da qualidade do empreendimento comprado pelo Minha Casa, Minha Vida. Desde que o banco criou um canal de relacionamento exclusivo para o programa, via 0800, as cidades ao redor de Brasília lideram as queixas. Os moradores reclamam de atrasos, erros na obra, inconformidades com os projetos e cobrança de taxas irregulares. Desde março deste ano, foram contabilizadas 1.254 queixas, ou 3,5% das reclamações nacionais. Em todo o Brasil, são 36 mil.

São problemas como os vividos pela família de André Luiz Pereira de Oliveira e Amanda Souza Santos, ambos com 30 anos. O casal comprou uma casa em Valparaíso (GO) por R$ 107 mil em um condomínio fechado chamado Flores da Serra. Quando o governo federal anunciou o subsídio via Minha Casa, Minha Vida, os dois viram a possibilidade de sair do aluguel em Taguatinga e, finalmente, comprar a casa própria. Porém, o sonho foi substituído pela ansiedade. Na previsão da construtora PDG, a obra deveria ser entregue em janeiro. Mas os proprietários só tiveram as chaves no fim de outubro.
 
Facilidades

Assim como Amanda e André, outros moradores do Distrito Federal estão migrando para o Entorno de olho nas facilidades do Minha Casa, Minha Vida. Os municípios ao lado da capital do Brasil apresentam oferta maior de imóveis participantes do programa. No Entorno, foram contratados pela Caixa 89.135 unidades habitacionais. No DF, o número é bem inferior — 29,9 mil. Porém, a oportunidade de deixar o aluguel vem com dor de cabeça para boa parte dos mutuários. A coordenadora comercial Cristiane Muniz Lourenço, 28, morava em Vicente Pires e comprou um apartamento em Valparaíso. Para receber o imóvel, a construtora Rossi condicionou as chaves à assinatura de uma procuração dando poderes à empresa de modificar o projeto e fazer doações. Ao chegar no prédio, a coordenadora teve uma surpresa desagradável. “A construtora tinha doado a área de lazer para a prefeitura. Sendo que, quando compramos, essa área era interna ao condomínio”, reclama.

Fonte: Correioweb

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