Após convenção nacional, deputado Roberto Freire diz que buscará ter as cabeças de chapa nas disputas pelos governos do Amazonas, Maranhão e Distrito Federal: "É um reencontro histórico com a esquerda democrática".
Roberto Freire: "PPS tem bons candidatos no Amazonas, Maranhão e no Distrito Federal" (Thiago Chiaravalloti/Futura Press). |
O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, espera
receber o apoio do PSB às candidaturas do PPS a governador no Distrito
Federal e em dois Estados nas eleições de 2014: Amazonas e Maranhão. Na
noite deste sábado, o PPS indicou, após convenção nacional, que apoiará o
pré-candidato do PSB à Presidência da República, o governador
pernambucano Eduardo Campos. Freire disse neste domingo ao site de VEJA
que o partido que contar com a "melhor alternativa” deve encabeçar o o
recém-formado bloco com o PSB e a Rede Sustentabilidade nas disputas
para governador.
"São três lugares onde o PPS tem bons candidatos ao governo”, disse
Freire. “Vamos construir uma alternativa e analisar o que é melhor. Se
no Maranhão é melhor a candidatura do PPS, o PSB vai entender dessa
forma, assim como estamos entendendo que a candidatura do PSB em nível
nacional é a melhor. É simples, não se trata de imposição, mas de
avaliar o que é melhor para o projeto comum.”
O PPS quer ter como cabeça de chapa no Amazonas o vice-prefeito de
Manaus, Hissa Abrahão. No Maranhão e no Distrito Federal, o partido tem
duas parlamentares em pré-campanha ao governo: a deputada estadual
Eliziane Gama (MA) e a deputada distrital Eliana Pedrosa (DF).
Na convenção nacional realizada em São Paulo, Freire conduziu o PPS a
se aliar ao PSB de Eduardo Campos e da ex-senadora e ex-ministra do
Meio Ambiente Marina Silva. A decisão precisará ser referendada em nova
convenção eleitoral no ano que vem.
O PPS faz oposição ao governo federal ao lado do PSDB e era cortejado
pelo senador mineiro Aécio Neves, provável candidato tucano à sucessão
da presidente Dilma Rousseff (PT). O partido chegou a oferecer legenda
para Marina se candidatar ao Palácio do Planalto, antes de ela aderir ao
PSB, e ao ex-governador de São Paulo José Serra – mas ele preferiu
ficar no PSDB.
O apoio a Campos foi votado pelos diretórios estaduais do PPS em
disputa com a possibilidade de candidatura própria da ex-vereadora
paulistana Soninha Francine. Venceu por 152 votos contra 98 a favor de
Soninha. A terceira opção, a proposta de aliança com Aécio, foi retirada
da votação de última hora pelos diretórios do Rio de Janeiro e de Minas
Gerais. A manobra tentava reforçar a tese da candidatura própria,
defendida pelo deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) e pelo vereador em
Recife Raul Jungmann.
O presidente do PPS disse que respeita Aécio, mas argumentou que o
partido escolheu a “formação de um novo bloco político” e uma “correção
de rumos nas suas alianças”. “O partido definiu claramente que quer
construir uma alternativa com Eduardo”, disse Freire. “Somos um partido
firme na oposição ao governo que aí está, para derrotar o Lula e o PT.
Apesar de pequeno, o partido está em todo o Brasil e temos tradição.
Somos bons aliados, muito confiáveis. Vamos ajudar o Eduardo nisso”.
Freire afirmou que pretende agora procurar Campos e Marina para
integrar os militantes do PPS à discussão do programa do PSB com a Rede
para a candidatura à Presidência. O PSB e a Rede têm promovido uma série
de seminários para refinar o programa.
São Paulo - O deputado Márcio França (PSB-SP)
participou da convenção do PPS. França é um dos principais articuladores
da pré-candidatura de Campos e cotado para ocupar o posto de vice na
chapa do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Alckmin e o
presidente do PSDB paulista, deputado Duarte Nogueira, também foram ao
encontro defender que o PPS, que possui cargos no primeiro escalão de
Alckmin, reedite a aliança pela reeleição do tucano ao Palácio dos
Bandeirantes. Uma corrente do partido cogita o lançamento, em conjunto
com o PSB, da candidatura do vereador paulistano Ricardo Young (PPS) ao
governo paulista. Young é um dos principais aliados de Marina Silva na
Rede Sustentabilidade.
Fonte: Revista Veja
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