Genoino e Dirceu passam mais uma noite no complexo prisional da Papuda, onde dormem em beliches em uma cela que mede 12 metros quadrados
É em uma cela de 12 metros quadrados, com um único cano de água fria
para o banho e beliches para dormir, que José Dirceu e José Genoino
passarão as noites no complexo prisional da Papuda
até que a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal decida seus
destinos. Na noite de sábado, eles chegaram à ala federal do presídio,
em Brasília. Outros nove condenados no processo do mensalão também estão
detidos na capital federal.
As condições da prisão levaram os advogados do ex-presidente do PT e
deputado licenciado a solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a
transferência para o regime domiciliar. Eles sustentam o pedido na
condição de saúde do petista, que passou por uma cirurgia cardíaca em
julho, em São Paulo, e chegou a passar mal no voo entre Belo Horizonte e
Brasília, no sábado. Neste domingo, os defensores afirmaram que ele
teve uma nova crise na cadeia e teve de ser atendido por um médico
particular.
Genoino aproveitou para dramatizar. Em um manifesto disse que se
considera vítima de "uma farsa surreal". "Estamos presos em regime
fechado, sendo que fui condenado ao semiaberto. Isso é uma grande e
grave arbitrariedade, mais uma na farsa surreal que é todo esse
processo, no qual fui condenado sem qualquer prova, sem um indício
sequer", disse, acrescentando: "Se morrer aqui, o povo livre deste País
que ajudamos a construir saberá apontar os meus algozes."
Processo - Na verdade, Genoino e Dirceu nem
começaram a cumprir a pena de fato: até agora, todo o trâmite fez parte
apenas do processo de apresentação dos condenados à Justiça e da reunião
deles em Brasília, cidade determinada pelo STF. Quando passarem ao
regime semiaberto, os condenados devem ser levados ao Centro de
Progressão Penitenciária (CPP) de Brasília. Mas é possível que a
transferência seja feita apenas na segunda-feira.
Apesar de terem sido condenados a regime fechado, Dirceu e Delúbio
Soares, ex-tesoureiro do PT, ainda podem ter parte da sentença alterada
porque têm direito a embargos infringentes. Como os recursos só serão
analisados pelo STF em 2014, a dupla começou a cumprir uma pena menor, o
que lhes dá direito ao semiaberto.
Mulheres - Até segunda-feira, a ex-banqueira Kátia
Rabello e Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Marcos Valério, devem
ser transferidas para o presídio feminino da Colmeia, a cerca de 40
quilômetros do Centro de Brasília. Por ora, elas permanecem na
carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Fonte: VEJA
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