PMS e bombeiros reivindicam reajuste de 17% em seus salários

Duzentos PMs e bombeiros conduziram o protesto. HELIO MONTEIRO
Depois dos policiais civis, professores e radiologistas, agora é a vez de os funcionários da Polícia Militar (PM) e do Corpo de Bombeiros Militar (CBMs) reivindicarem suas garantias trabalhistas. Foi realizada ontem, às 17h30, uma carreata saindo do estacionamento do Estádio Mané Garrincha, em direção ao Palácio do Buriti e da Câmara Legislativa. Representantes da Rede Democrática, um blog onde PMs e CBMs debatem questões políticas sobre a segurança pública, foram os responsáveis por organizar o movimento. Aproximadamente 200 funcionários percorreram as pistas em cerca de 40 carros, com buzinaços e faixas cobrando as propostas prometidas pelo governo.

Ao todo, são 13 reivindicações feitas ao Governo do Distrito Federal (GDF) pelas duas categorias. As principais tratam da reestruturação das lei 12.086/09 e 10.486/02; reajuste salarial de 17%, ou no mínimo o mesmo percentual do Fundo Constitucional aplicado sobre a remuneração; implantação do auxílio-transporte; reajuste da gratificação Etapa Alimentação; e antecipação das parcelas recebidas do risco de morte.

Segundo Adilson Marques, um dos coordenadores da Rede Democrática, o blog faz o papel de mobilização política institucional, já que é vetado aos PMs e bombeiros militares o direito de greve, ou de formarem um sindicato. “A carreata vai ser o início de uma série de movimentos, até que o governo decida se manifestar. Foi ventilado para nós a data de 13 de maio para sermos chamados e negociarmos com o GDF, mas nada ficou garantido. Estamos na mão de ninguém”, afirmou Marques.

De acordo com o presidente da Associação dos Representantes da Polícia Militar e dos Subtenentes-Sargentos da PM e CBM, Ricardo Pato, a intenção é iniciar uma negociação com o governador, que até o momento não recebeu as categorias, e cobrar as propostas feitas por ele quando ainda era candidato. “Até agora não fomos escutados pelo governo. Estamos três anos sem reajuste, e queremos os 14% do Fundo Constitucional, mais os 3% dados à Polícia Civil ano passado, que nós não recebemos”, esclareceu Pato.

Sem conhecimento – A Secretaria de Segurança Pública do DF informou que não foi avisada sobre a manifestação realizada pelos PMs e CBMs. As assessorias da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros também notificaram desconhecer sobre a carreata. Contudo, o coordenador do fórum de todas as associações de PMs e CBMs, coronel Brambrilla, informou que liberou os funcionários para fazer o movimento.

De acordo com o sargento Ronner Gama, também coordenador da Rede Democrática, durante a reunião para organizar os preparativos da carreata, muitos militares das duas categorias não concordaram com a manifestação. “O fórum ficou dividido, mas não poderíamos mais aguardar. A Rede Democrática tomou a iniciativa, mas outros não estão apoiando. Alguns desses devem ter interesses junto ao governo”, comentou o sargento.

Para Adilson Marques, não é viável às assessorias das duas entidades divulgar esse tipo de informação. “Os comandos da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros não estão à frente deste movimento, mas sim um grupo de funcionários. Eles não podem, como outros cidadãos, exercer o direito de greve. Além disso, como a informação foi passada em nível da Rede Democrática, ela ficou mais setorizada”.

Fonte: Alô Brasília

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