Graças ao desenvolvimento de novas tecnologias, os jogos digitais têm ocupado mais espaço no cotidiano das pessoas. Na internet, no celular ou nos tradicionais consoles, eles divertem, educam e promovem marcas e produtos. As redes sociais e a internet móvel ampliaram e democratizaram o setor, permitindo que empresas menores entrem na disputa. Apesar de ter uma participação ainda inexpressiva se comparada a outros países, o Brasil possui um mercado promissor.
Saulo Camarotti e Pedro Guerra: fundadores de uma empresa brasiliense que lançou um game para o Iphone |
Tarqüínio Teles, presidente da maior empresa nacional do ramo, a Hoplon Infotainment, afirma que o desempenho “tem sido tão bom que o Brasil está se tornando a nova ‘menina dos olhos’ da indústria mundial”. Uma das razões é que, enquanto o mercado dos Estados Unidos — o maior do mundo — se retrai (segundo a NPD Group, houve diminuição de 8% em 2009 e 1% em 2010), o brasileiro apresenta um crescimento acelerado (entre 20% e 30% no mesmo período, segundo a IDG Consulting Brasil).
Para acompanhar essa expansão, novas possibilidades de formação são criadas. Somente no Distrito Federal, há três graduações de tecnologia em jogos digitais, com duração entre dois e três anos. Para quem já é formado, há uma pós-graduação específica voltada para o segmento (veja quadro). Mas elas estão longe de serem o único caminho possível para aqueles que desejam atuar no setor. Na Hoplon, por exemplo, a equipe de desenvolvimento de jogos é formada por designer de jogos, produtores, artistas 2D e 3D, level designers (criadores de cenários), programadores, designers de interface, músicos e designer de sons. As formações universitárias contam com todas essas vertentes em seu currículo e podem também incluir matérias de desenvolvimento de roteiros.
Para o aluno do último semestre do curso de jogos digitais do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) Thomaz Padilha, 20 anos, essa versatilidade é positiva, mas não é suficiente. “A graduação é boa porque te dá uma ideia de como é a produção de um jogo e te permite escolher qual caminho seguir depois”, analisa o estudante. Ele afirma que pretende continuar a formação após se graduar para se especializar na parte de programação. “O aluno não pode ficar só no que a universidade oferece, tem de se valorizar também”, diz.
Como essas opções de formação são novas, não há muitos profissionais que passaram por elas atuando nas empresas desenvolvedoras de jogos. Na Hoplon, que conta com cerca de 100 profissionais, há apenas estagiários que passaram por cursos de jogos digitais, mas essa “quantidade de profissionais, apesar de ainda modesta, está crescendo”, acrescenta Tarquínio Teles. A empresa, sediada em Florianópolis, é responsável pelo maior jogo já desenvolvido no Brasil, o Taikodom. Com cinco anos de existência e depois de US$ 15 milhões (R$ 23,8 milhões) dedicados a sua criação, ele é uma experiência pioneira no país e foi lançado na E3 Expo (maior feira de publicação de games do mundo, realizada em Los Angeles, nos EUA) em 2009.
Para acompanhar essa expansão, novas possibilidades de formação são criadas. Somente no Distrito Federal, há três graduações de tecnologia em jogos digitais, com duração entre dois e três anos. Para quem já é formado, há uma pós-graduação específica voltada para o segmento (veja quadro). Mas elas estão longe de serem o único caminho possível para aqueles que desejam atuar no setor. Na Hoplon, por exemplo, a equipe de desenvolvimento de jogos é formada por designer de jogos, produtores, artistas 2D e 3D, level designers (criadores de cenários), programadores, designers de interface, músicos e designer de sons. As formações universitárias contam com todas essas vertentes em seu currículo e podem também incluir matérias de desenvolvimento de roteiros.
Para o aluno do último semestre do curso de jogos digitais do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) Thomaz Padilha, 20 anos, essa versatilidade é positiva, mas não é suficiente. “A graduação é boa porque te dá uma ideia de como é a produção de um jogo e te permite escolher qual caminho seguir depois”, analisa o estudante. Ele afirma que pretende continuar a formação após se graduar para se especializar na parte de programação. “O aluno não pode ficar só no que a universidade oferece, tem de se valorizar também”, diz.
Como essas opções de formação são novas, não há muitos profissionais que passaram por elas atuando nas empresas desenvolvedoras de jogos. Na Hoplon, que conta com cerca de 100 profissionais, há apenas estagiários que passaram por cursos de jogos digitais, mas essa “quantidade de profissionais, apesar de ainda modesta, está crescendo”, acrescenta Tarquínio Teles. A empresa, sediada em Florianópolis, é responsável pelo maior jogo já desenvolvido no Brasil, o Taikodom. Com cinco anos de existência e depois de US$ 15 milhões (R$ 23,8 milhões) dedicados a sua criação, ele é uma experiência pioneira no país e foi lançado na E3 Expo (maior feira de publicação de games do mundo, realizada em Los Angeles, nos EUA) em 2009.
Outra realidade
No Distrito Federal, o mercado de desenvolvimento de jogos digitais exige bastante empreendedorismo dos interessados. Esse é o caso dos sócio-proprietários da Behold Studios, empresa brasiliense do setor. Saulo Camarotti e Pedro Guerra, ambos com 24 anos, estudavam ciência da computação na Universidade de Brasília (UnB) e desenvolviam jogos no meio acadêmico quando, ao analisarem o mercado, perceberam que não havia empresas no setor em Brasília. Cuidaram da parte administrativa e foram escolhidos pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da UnB no começo de 2010. O CDT forneceu espaço físico e apoio operacional.
Atualmente, a Behold tem dois jogos no currículo. Um é de treinamento para técnicos da subestação da estatal de energia elétrica Furnas, localizada em Samambaia, e outro, o The Gravedigger, é exclusivo para o Iphone, smartphone da Apple. E está perto de lançar um terceiro, que se chamará My Super Hero e será integrado à rede social Facebook. A internet é justamente o setor mais promissor para as empresas brasileiras. “Os jogos casuais têm um desenvolvimento mais simples e por isso são uma boa oportunidade para empresas menores”, explica Saulo. “Eles vão direto para o jogador, o que elimina o problema de distribuição”, completa Pedro. Segundo a Abragames, 50% das empresas brasileiras são voltadas para esse setor.
Os obstáculos, porém, ainda são muitos. O vice-presidente de Comunicação e Marketing da Abragames, Americo Amorim, explica que o principal entrave para o crescimento do mercado de jogos eletrônicos no Brasil é a pirataria. “O mercado consumidor tem de crescer, mas com os jogos falsos, é difícil.” Para ele, a solução passa pela diminuição de impostos no setor, o que reduziria o preço final do produto. Empecilhos burocráticos também incomodam. Um exemplo disso é o que aconteceu com o The Gravedigger. Por problemas com a classificação indicativa, o jogo ficou disponível apenas na versão norte-americana da loja online da Apple. Além disso, não pode ser vendido na categoria específica e acabou sendo disponibilizado na de entretenimento. “É ruim porque a gente cria o jogo aqui e não pode lançar no próprio país depois”, lamenta Saulo Camarotti.
Já a oferta de profissionais é suficiente. O problema é a qualificação: “Muita gente quer trabalhar aqui, mas poucos com o saber necessário”, explica Saulo. Segundo eles, isso é pior para os grandes do setor. Americo afirma que “há uma falta crônica de game designers (que atuam na concepção e especificação do que serão os jogos) com experiência no Brasil”.
Alternativa
O desenvolvimento de jogos para o público em geral, apesar de mais conhecido, está longe de ser a única opção para os estúdios, como são chamadas as empresas que desenvolvem esses jogos. Eles constituem a menor fatia do mercado brasileiro. Para o criador do curso de jogos digitais do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), o professor Francisco Ramos, a opção mais atrativa é a publicidade, especialmente na internet, com a criação de mini-jogos para determinada marca — é o chamado advergame. A melhor oportunidade está na parte de arte gráfica”, afirma.
O salário médio de quem atua no setor de desenvolvimento de jogos é de R$ 2,6 mil, segundo a Abragames. Diante disso, para o professor Francisco, o único pré-requisito para se iniciar no ramo é “a paixão por jogar”.
Cursos em Brasília
Graduação:
Iesb: Duração: três anos - Informações: (61) 3340-3747
Fatep: Duração: 2 anos e meio - Informações: (61) 3031-6700
UDF: Duração: 2 anos - Informações: (61) 3704-8888
Pós-graduação:
Iesb: Duração: nove meses - Para graduados em qualquer área
No Distrito Federal, o mercado de desenvolvimento de jogos digitais exige bastante empreendedorismo dos interessados. Esse é o caso dos sócio-proprietários da Behold Studios, empresa brasiliense do setor. Saulo Camarotti e Pedro Guerra, ambos com 24 anos, estudavam ciência da computação na Universidade de Brasília (UnB) e desenvolviam jogos no meio acadêmico quando, ao analisarem o mercado, perceberam que não havia empresas no setor em Brasília. Cuidaram da parte administrativa e foram escolhidos pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da UnB no começo de 2010. O CDT forneceu espaço físico e apoio operacional.
Atualmente, a Behold tem dois jogos no currículo. Um é de treinamento para técnicos da subestação da estatal de energia elétrica Furnas, localizada em Samambaia, e outro, o The Gravedigger, é exclusivo para o Iphone, smartphone da Apple. E está perto de lançar um terceiro, que se chamará My Super Hero e será integrado à rede social Facebook. A internet é justamente o setor mais promissor para as empresas brasileiras. “Os jogos casuais têm um desenvolvimento mais simples e por isso são uma boa oportunidade para empresas menores”, explica Saulo. “Eles vão direto para o jogador, o que elimina o problema de distribuição”, completa Pedro. Segundo a Abragames, 50% das empresas brasileiras são voltadas para esse setor.
Os obstáculos, porém, ainda são muitos. O vice-presidente de Comunicação e Marketing da Abragames, Americo Amorim, explica que o principal entrave para o crescimento do mercado de jogos eletrônicos no Brasil é a pirataria. “O mercado consumidor tem de crescer, mas com os jogos falsos, é difícil.” Para ele, a solução passa pela diminuição de impostos no setor, o que reduziria o preço final do produto. Empecilhos burocráticos também incomodam. Um exemplo disso é o que aconteceu com o The Gravedigger. Por problemas com a classificação indicativa, o jogo ficou disponível apenas na versão norte-americana da loja online da Apple. Além disso, não pode ser vendido na categoria específica e acabou sendo disponibilizado na de entretenimento. “É ruim porque a gente cria o jogo aqui e não pode lançar no próprio país depois”, lamenta Saulo Camarotti.
Já a oferta de profissionais é suficiente. O problema é a qualificação: “Muita gente quer trabalhar aqui, mas poucos com o saber necessário”, explica Saulo. Segundo eles, isso é pior para os grandes do setor. Americo afirma que “há uma falta crônica de game designers (que atuam na concepção e especificação do que serão os jogos) com experiência no Brasil”.
Alternativa
O desenvolvimento de jogos para o público em geral, apesar de mais conhecido, está longe de ser a única opção para os estúdios, como são chamadas as empresas que desenvolvem esses jogos. Eles constituem a menor fatia do mercado brasileiro. Para o criador do curso de jogos digitais do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), o professor Francisco Ramos, a opção mais atrativa é a publicidade, especialmente na internet, com a criação de mini-jogos para determinada marca — é o chamado advergame. A melhor oportunidade está na parte de arte gráfica”, afirma.
O salário médio de quem atua no setor de desenvolvimento de jogos é de R$ 2,6 mil, segundo a Abragames. Diante disso, para o professor Francisco, o único pré-requisito para se iniciar no ramo é “a paixão por jogar”.
Cursos em Brasília
Graduação:
Iesb: Duração: três anos - Informações: (61) 3340-3747
Fatep: Duração: 2 anos e meio - Informações: (61) 3031-6700
UDF: Duração: 2 anos - Informações: (61) 3704-8888
Pós-graduação:
Iesb: Duração: nove meses - Para graduados em qualquer área
Fonte: Correio Web
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