Sarney é reeleito presidente do Senado



Sarney presidirá o Senado no biênio 2011-2012


Com 70 votos, Sarney é reeleito presidente do Senado.
 
O senador José Sarney (PMDB-AP) exercerá o seu quarto mandato à frente da Casa. Com 70 votos, ele foi reeleito, nesta terça-feira (1º), presidente do Senado Federal pelos próximos dois anos. Aos 80 anos, ele disputou o cargo com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), de apenas 38 anos, que exerce seu primeiro mandato e obteve oito votos.
 
Houve ainda dois votos em branco e um nulo. A eleição, presidida pelo senador João Vicente Claudino (PTB-PI), ocorreu cerca de uma hora após a cerimônia de posse dos novos senadores eleitos em 2010.

O nome de Sarney foi apresentado, durante a segunda reunião preparatória, pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL). O presidente reeleito preferiu não fazer uso da palavra para defender a sua plataforma perante os senadores, uma vez que, como ressaltou Renan, havia sido celebrado um grande acordo para a escolha do novo presidente. Já o candidato do PSOL apresentou propostas, como a realização de uma auditoria nas contas do Senado e mais independência em relação ao Poder Executivo.
Sarney tem mais de meio século de vida parlamentar
Reconhecendo que a reforma política, até hoje não alcançada, é o principal desafio da legislatura que se inicia, o senador José Sarney (PMDB-AP) elegeu-se nesta terça-feira (1º), pela quarta vez, presidente do Senado. Ele prometeu convocar os partidos e fazer todo o possível para que essa reforma aconteça. E avisou que, se a reforma não sair agora, não sairá mais.

A dois meses de completar 81 anos, Sarney derrotou na disputa pelo cargo o mais novo senador da legislatura, o ex-"cara pintada" Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), de 38 anos. O representante do PSOL iniciou sua trajetória política na adolescência, liderando no Amapá o movimento pelo impeachment do então presidente da República (e atual senador) Fernando Collor. Sarney começou sua carreira política também na juventude, combatendo Vitorino Freire no Maranhão.

Reconduzido à presidência do Senado, Sarney mantém-se em terceiro lugar na linha sucessória da presidente Dilma Rousseff. De acordo com a Constituição, o primeiro a sucedê-la, no caso de vaga ou impedimento, é o vice-presidente Michel Temer; o segundo, o presidente da Câmara, ainda a ser eleito hoje; e o quarto, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso.

Personagem e testemunha privilegiada da historia recente do Brasil, Sarney chegou ao Parlamento pelo PSD, migrando depois para a UDN. Eleito suplente de deputado em 1954, ele chegou à Câmara dos Deputados como eleito em 1959, o que lhe dá 52 anos de mandatos parlamentares, primeiro pelo Maranhão e, desde 1990, pelo Amapá. "Tive mais mandatos que Ruy Barbosa", afirma o senador.

Ele é também o parlamentar com o maior número de mandatos na presidência do Senado. Sarney presidiu a Casa de 1995 a 1997, de 2003 a 2005 e de 2009 a 2011. Há dois anos, quando disputou esse cargo contra o PT, reagiu especialmente à crítica de que estava muito idoso para conduzir o Senado.

- Não me chamem de um homem retrógrado, como se fosse um velho que chega aqui sem querer renovar o Senado. Não me chamem de um velho que não tem gosto pela inovação. Aqui na Casa, quando cheguei, a ideia da informatização foi minha. Acho injusta a afirmação de que é um retrocesso eu disputar o Senado.

Nascido em 1930, Sarney foi um dos primeiros integrantes do Parlamento a apontar a mudança de paradigmas desencadeada pela revolução digital como impactante na atividade política. Remanescente de uma época em que discursos, frases e posições ideológicas moviam a ação parlamentar, Sarney hoje observa a pouca importância que as novas gerações dão a isso.

Fonte: Agência Senado

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