Governo não consegue tirar o crack do centro do poder

Na Rodoviária, traficantes fazem a festa e vendem a droga a luz do dia

Foto: Ed Alves

A Rodoviária do Plano piloto é um exemplo de descaso das autoridades. Em plena luz do dia, o local se torna o destino certo de viciados em crack e outros tipos de entorpecentes.  No campo que fica a 50 metros da Rodoviária é possível encontrar menores de idade, adultos, mulheres e até pessoas com deficiência que vão até o local em busca da droga.

O grande problema constatado por quem transita pela região é o perigo, pois muitas pessoas acabam se tornando vítimas dos viciados que por ali ficam. Silvana Fernandes, 22 anos, conta que já foi abordada por uma garota que aparentava ter 15 anos, por volta das 17h. Com uma faca na mão, a menor ordenou que ela entregasse o telefone celular. “No momento fiquei apavorada, não sabia o que fazer, mais acabei cedendo e entreguei o aparelho”, afirma. Silvana considera que a violência contra pessoas que circulam no local é comum.

Lauro Mendonça Graneiro, 30 anos, trabalha no Setor Hoteleiro Norte e todos os dias precisa passar por uma trilha em frente à Rodoviária. Ele relata que por duas vezes foi ameaçado e quase foi assaltado. “Eles só não me assaltaram porque eu não parei, mas de longe eu os escutei pedindo para que eu entregasse minha carteira. Se eu não tivesse acelerado os passos, eles teriam me pegado. Sempre quando passo por aqui fico de olho”, afirma. 

Jonas Valdenor Santos, gerente de uma farmácia na Rodoviária, diz que presencia diariamente as cenas típicas de locais marcados pelo consumo de drogas. “Todos os dias acontece a mesma coisa: a polícia vem, aborda os usuários, mas quando os policias saem, meia hora depois, eles estão de volta. Não tem jeito”, pontuou.

PM atribui problema ao sistema
O tenente-coronel Arnaldo Vieira Neto, do 6º batalhão da Policia Militar, responsável pela guarda da Esplanada do Ministérios e Torre de TV, reconhece a existência do problema, mas atribui a causa ao próprio sistema. “O centro como um todo realmente tem tido problemas de segurança. Infelizmente a justiça não age como deveria agir. O nosso trabalho é feito. Quando fazemos a apreensão do jovem, fazemos o encaminhamento para os órgãos competentes. O problema é que o menor tem imunidade à lei, e passando alguns minutos já está solto”, justifica. O 6º Batalhão disponibiliza seis policiais diários, além de outros 14 como reforço, e mesmo assim ainda não é suficiente para acabar com a “cracolândia” ao redor da Rodoviária. Segundo informou o sargento Soares Neto, do 6º Batalhão da PM, circulam diariamente cerca de 30 a 40 usuários de crack na região do cento de Brasília. Ele informou que periodicamente uma ronda é feita, porém, logo em seguida, eles estão de volta.

Fonte: Tribuna do Brasil

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