Operação da PCDF desmantela fraudes no emplacamento e apreende veículos de luxo

A Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) da Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou a Operação Código Fantasma, voltada a desmontar uma associação criminosa responsável por fraudes no sistema de emplacamento de veículos. A investigação teve início após um relatório técnico do Detran/DF apontar irregularidades frequentes no primeiro emplacamento de veículos pesados.

Segundo as apurações, o grupo utilizava credenciais falsas obtidas por meio da invasão de dispositivos eletrônicos para acessar o sistema do órgão de trânsito. A partir disso, realizava o registro de veículos com documentação adulterada ou até mesmo inexistente. A estrutura criminosa apresentava alto grau de complexidade, incluindo análise de rastros digitais, conexões mascaradas por ferramentas de anonimização e cruzamento de dados em diferentes bases. O nome da operação faz referência aos “registros fantasmas” criados de forma clandestina no sistema oficial.

Os criminosos conseguiam burlar mecanismos de segurança, registrando veículos sem pagamento das taxas e sem a realização das vistorias obrigatórias. Para dificultar a identificação, utilizavam VPNs para esconder a origem das conexões e transferiam veículos para outros estados. Empresas de fachada e revendas de automóveis também eram usadas para dar aparência de legalidade às operações. Parte do dinheiro obtido era convertido em criptomoedas, caracterizando lavagem de dinheiro e tornando a investigação financeira mais complexa.

O Detran/DF prestou apoio técnico, fornecendo informações que permitiram identificar os envolvidos e reforçando a eficiência dos mecanismos internos de controle.

Com decisões judiciais autorizadas, equipes da DRCC/Decor, com apoio da Polícia Civil do Estado de São Paulo, cumpriram mandados de busca e apreensão em uma residência de alto padrão em Fernandópolis (SP), onde os três investigados foram encontrados. No local, foram apreendidos veículos de luxo e equipamentos eletrônicos que passarão por perícia para extração de provas digitais. Contas bancárias dos suspeitos também foram bloqueadas para garantir eventual ressarcimento ao erário.

Os três investigados — que moram no interior paulista e possuem vínculo familiar — responderão por invasão de dispositivo informático, associação criminosa e lavagem de dinheiro, crimes que podem somar penas superiores a 17 anos de prisão, além de multa. O grupo atuava com clara divisão de funções, envolvendo execução técnica das invasões, suporte de infraestrutura digital e operação das empresas usadas para escoar os registros irregulares.

A investigação continua para identificar novos envolvidos, contabilizar todas as fraudes praticadas e aprofundar a análise de criptomoedas e materiais apreendidos.



from Brasília – Jornal de Brasília https://ift.tt/HUEpxKL
via IFTTT https://ift.tt/x4CRzi7

Postar um comentário

0 Comentários