Em troca, PSB deverá abrir mão de apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo, como cobram os aliados de Marina.
HORA DA DECISÃO – Marina Silva deverá anunciar acordo para ser vice de Campos (Estadão Conteúdo). |
O comando do PSB espera que a ex-senadora Marina Silva anuncie
publicamente que será vice na chapa de Eduardo Campos (PSB) à
Presidência até o fim deste mês ou meados de fevereiro. Nas últimas
semanas, aliados de Marina que integram a Rede Sustentabilidade, sigla que ela tentou – sem sucesso – criar no ano passado,
negociam um acordo para que ela oficialize sua posição em troca da
desistência do PSB de apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin
(PSDB) em São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
"O nosso desejo é que ela (Marina) seja a vice", disse o líder do PSB
na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), um dos principais
articuladores políticos de Campos. O deputado nega que haja uma decisão
sobre o quadro paulista, principal foco de tensão entre os integrantes
do PSB e da Rede. "Essa não é uma decisão que vai ser tomada de cima para baixo, pelo Campos ou por Marina. É uma decisão que os diretórios estaduais vão tomar", disse Albuquerque.
No dia próximo 17, Campos vai receber no Recife os principais
dirigentes do PSB para definir o cronograma de campanha e discutir a
situação dos palanques estaduais.
Antes de Marina se filiar ao PSB, em outubro, o PSB paulista
articulava uma aliança com os tucanos. À frente das negociações estava o
presidente estadual da sigla, deputado Márcio França. O parlamentar
continua defendendo o apoio a Alckmin, mas diz que a posição final vai
depender do espaço que a legenda vai ter numa eventual coligação. Para
França, se o governador não oferecer ao PSB a vaga de vice na chapa,
posto para o qual o próprio deputado está cotado, uma nova estratégia pode começar a ser pensada.
Os aliados de Marina, no entanto, apoiam a tese da candidatura
própria, independentemente de qualquer conjuntura. O nome natural para a
disputa seria a deputada Luiza Erundina (PSB), que resiste à ideia e
tem declarado que pretende concorrer novamente a uma vaga na Câmara.
De acordo com integrantes do PSB, Campos, que havia dado carta branca
para França negociar o apoio a Alckmin, começou a emitir sinais de que
poderia mudar de ideia depois de uma conversa com Marina no mês passado,
na Bahia. Na ocasião, a ex-corregedora nacional de Justiça Eliana
Calmon se filiou à legenda e anunciou que iria concorrer a uma vaga no
Senado.
A decisão de Marina de antecipar o anúncio de que será vice na chapa
seria uma forma de garantir que Campos não vai voltar atrás na decisão
de não apoiar o PSDB em São Paulo.
O movimento político da ex-ministra é visto com bons olhos pela
cúpula do PSB, que avalia que a sinalização cria um fato novo neste
período de pré-campanha e coloca a dupla em evidência já no início do
ano.
Pernambuco – A resistência de Marina à aliança com o
PSDB em São Paulo, no entanto, não impediu que Campos abrisse espaço em
seu governo para a sigla. Na manhã desta sexta-feira, ele deu posse a
dois tucanos, um na Secretaria de Trabalho, outro na presidência do
Detran.
Em dezembro, Campos e o senador mineiro Aécio Neves, que deve
concorrer à Presidência pelo PSDB, encontraram-se em um jantar no Rio de
Janeiro para discutir possíveis acordos entre as duas siglas nos
Estados. Além de Pernambuco e São Paulo, os presidenciáveis avaliaram a
possibilidade de dividir palanques em Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande
do Sul.
Fonte: VEJA
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