As marcas que marcam: é possível consumir conscientemente?

Em uma conversa sobre o texto “Celebridade da internet: é tudo uma questão de reputação”, com o amigo Estel Santiago, o tema consumo veio à tona. Então, neste post, faço uma breve reflexão sobre o universo consumista em que vivemos.


Quando nascemos somos marcados com determinadas características que nos tornam únicos e ao mesmo tempo integrados com nossa família. Temos um sobrenome, aparência física e personalidade.

Sempre escutei meus pais falarem que antigamente era uma honra ser comparado a alguém da família, ou ter a semelhança física dos pais. Mas, atualmente, escutamos muitos indivíduos dizerem por aí: “Eu quero ter o cabelo da Britney Spears, os olhos da Nicole Kidman e a boca da Angelina Jolie?”. Ou ainda, eu quero ter uma Ferrari, um Nike, um Apple, entre outros.Hoje, grande parte das pessoas sentem a necessidade de parecer com personagens e obter marcas para construir sua personalidade. A satisfação está em consumir produtos que sejam conhecidos por todos como os melhores e com a capacidade de realizar todos os seus sonhos.

Neste caso, as marcas funcionam da mesma forma quando um fazendeiro marca seus animais. A partir do momento em que o indivíduo usa um acessório de “grife”, passa a ser marcado e a pertencer aquele grupo, e quando não fizer mais parte deste bando é como se a pessoa deixasse de existir. É como se cada indivíduo vivesse à procura de uma marca que satisfaça o seu desejo de pertencimento na sociedade.

A canadense Naomi Klein afirma em seu texto Marcas Globais e Poder Corporativo que as empresas querem uma tribo de fiéis: “O que se quer não é tanto muitos consumidores, mas uma tribo de fiéis que seguirão sua empresa, sua marca, como se seguissem a banda de rock predileta ou herói esportivo. A ideia é você ter uma ideia que ressoe com o espírito da época, e você está sempre vasculhando a cultura atrás da nova ideia, a ideia mais ressoante”.

As empresas, fortalecidas pelas suas marcas, vendem o falso desejo da necessidade, no qual não é possível distinguir quando realmente temos necessidade ou desejo de algo, pois há uma propagação de estilos de vida e conquista da felicidade pelo consumo.
Mesmo diante deste cenário, há muitos consumidores que conseguem, apesar de gostarem de determinadas marcas e produtos, ter uma visão crítica. E aí, quem consegue vencer o discurso persuasivo das marcas e consumir conscientemente?

Fonte: Ponto Marketing

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