Brunelli diz que foi surpreendido com dinheiro entregue por Durval

 (Breno Fortes/CB/D.A Press )
Brunelli disse que não e ressaltou que perdoava o delator."Eu hoje tenho convicção de que fui chamado por Durval para ser gravado".
O ex-deputado distrital Junior Brunelli (PSC), protagonista do vídeo da "oração da propina", depôs em audiência de instrução nesta quarta-feira (21/3). Aparentando nervosismo, o acusado confirmou ao juiz que recebeu dinheiro das mãos de Durval Barbosa. Segundo ele, em julho de 2003 ele ganhou uma quantia para ajuda de campanha e que o benefício não era esperado. "Foi surpresa de Durval", disse.

Perguntado pelo Ministério Público se o dinheiro entregue pelo delator da Caixa de Pandora foi contabilizado na campanha, Brunelli disse que não. O réu também não soube esclarecer se houve mais valores recebidos por outras pessoas de sua campanha. "Pelas minhas mãos, não. (Pelas mãos do tesoureiro) aí, eu não sei".

Com uma cola de papel em mãos para consultar as respostas em juízo, e que, logo em seguida foi desautorizado pelo juiz a usá-la, o ex-distrital se confundiu quanto ao ano de recebimento da suposta propina. Primeiro, o ex-parlamentar afirmou que teria sido em 2003. Depois, mudou para 2006.

Junior Brunelli disse desconhecer a origem do dinheiro de Durval. Ele afirmou que durante os sete anos de mandato, não recebeu mais dinheiro do delator. Questionado se o depoente tinha algo contra o pagador das "ajudas de campanha", Brunelli disse que não e ressaltou que perdoava o delator. "Eu hoje tenho convicção de que fui chamado por Durval para ser gravado".

Em resposta à perguntas sobre o vídeo em que aparece Leonardo Prudente e Brunelli fazendo uma oração para agradecer ao ex-delegado, o ex-deputado disse que na época era pré-candidato ao Senado, mas que sofria muita pressão do governo Arruda. A oração era para espantar a "retaliação". Conforme o depoimento, ele pediu forças divinas porque precisava sair do PFL - atual Democratas (DEM) - para filiar-se ao Partido Social Cristão (PSC), mas tinha medo de perder o mandato.

Durante a audiência, o promotor de Justiça começou uma pergunta mencionando a oração da propina. No entanto, o juiz interrompeu e o corrigiu. "Só oração, por favor". Brunelli aproveitou a deixa e disse que se sente muito incomodado com o termo oração da propina. Segundo o ex-distrital, ele não recebeu propina e que o termo mencionado ataca a fé dele. O promotor, então, pediu desculpas e afirmou que pensou alto.

Leonardo Prudente, José Geraldo Maciel, Domingos Lamoglia e Arruda não compareceram à audiência. Eles estavam arrolados como testemunhas.

Fonte: CorreioWeb

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