Eliana Pedrosa e Celina Leão rebateram as acusações (Foto: Fabio Rivas/CLDF).
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Deputados divergiram na sessão ordinária desta terça-feira (08) sobre a veracidade das denúncias do ex-funcionário da indústria União Química Farmacêutica, Daniel Tavares, contra o governador Agnelo Queiroz. Nesta terça, Tavares concedeu entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Record, acusando as deputadas distritais Eliana Pedrosa (PSD) e Celina Leão (PSD) de oferecer dinheiro para ele sustentar as denúncias. As deputadas rebateram a acusação e abriram mão dos seus sigilos telefônico e bancário.
O líder do PT, deputado Chico Vigilante, subiu à tribuna e apresentou documentos que, segundo ele, "revelam o submundo da política do DF". Vigilante informou que recebeu na tarde de ontem (07) em seu gabinete a transcrição de um depoimento de Daniel Tavares à Comissão de Direitos Humanos, que teria acontecido em 23 de outubro deste ano, um domingo, no qual ele acusa o governador Agnelo de receber propina no período que dirigia a Anvisa.
O petista estranhou o fato de o depoimento ter acontecido num domingo e de não ter sido comunicado, uma vez que é membro titular da Comissão de Direitos Humanos. De acordo com Vigilante, Tavares disse à TV Record que teria ido à casa da deputada Eliana Pedrosa, quando teria recebido uma oferta de R$ 400 mil, salário mensal de R$ 10 mil e aluguel de R$ 4 mil em Águas Claras durante um ano para envolver o governador em denúncia de corrupção. "Mesmo assim ele se negou a assinar o depoimento. Isso é muito grave e tem que ser investigado pela Câmara, Polícia Civil e Polícia Federal", assinalou.
Vigilante também distribuiu cópias de um vídeo em que Daniel Tavares aparece explicando que foi procurado para comprometer o governador, mas se negou a fazê-lo. Ele também explica que depositou dinheiro na conta do governador para pagar um empréstimo pessoal. "A farsa começou a mostrar a sua cara. A casa começou a cair. A era dos dossiês acabou", disse o deputado.
Investigação - A deputada Eliana Pedrosa, líder do PSD, rebateu veementemente as acusações e pediu uma investigação séria para chegar à verdade. "Estou absolutamente tranquila. Não aceito acusações vãs. Foi ele quem pediu dinheiro para confirmar denúncias contra o governador e nós não aceitamos", declarou a deputada.
Segundo Pedrosa, Tavares teria se oferecido para falar argumentando que estava preocupado com sua vida, pois estava sendo seguido por um carro. O depoimento teria acontecido no mesmo dia, um domingo, na casa da deputada Eliana Pedrosa, mas ao final ele teria pedido dinheiro para confirmar a versão que envolveria o governador Agnelo em irregularidades. A deputada Celina Leão (PSD), presidente da Comissão de Ética da Casa, justificou o depoimento extraordinário de Tavares: "como presidente da comissão, tenho prerrogativas para ouvir extraordinariamente qualquer cidadão".
Vigilante questionou as parlamentares por não terem dado voz de prisão a Tavares pela suposta chantagem e criticou a realização da audiência com o denunciante na casa de uma parlamentar sem ter sido comunicado. Pedrosa explicou que não lhe ocorreu prender o depoente e que preferiu não dar seguimento ao caso. Celina e Pedrosa garantiram que o depoimento será entregue à Polícia Federal e ao Ministério Público, a quem pedirão investigação do episódio.
Celina informou ainda que foi procurada novamente ontem por Tavares, que se ofereceu para confirmar as denúncias na reunião de ontem da Comissão de Direitos Humanos que, no entanto, se reuniu sem a presença do denunciante, que alegou impossibilidade por motivo de doença.
Fonte: CLDF
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