Mais do que creches, uma lição de amor


Secretário da Criança Dioclécio visita creche e se diverte com a meninada.
Imagine uma creche em que todas as crianças têm acesso a uma alimentação balanceada, nutritiva, vinda diretamente da horta. Nas salas de aula, as tradicionais mesas e cadeiras dão lugar a reuniões debaixo de árvores, em contato com a natureza, lições de cidadania. Para os momentos de descontração há uma sala de vídeo, outra de estimulação e ainda uma brinquedoteca. Idealizado pela Deputada Distrital (suplente) Luzia de Paula, o projeto teve início em 1986 com a primeira das quatro creches. Ela funcionou inicialmente no salão de uma igreja e depois em um galpão abandonado. Hoje atende 96 crianças no setor P Norte.

Em 1996 é aberto o segundo espaço, o qual recebe 220 meninos e meninas em Ceilândia Norte. Vinte anos depois, em 2006, foi inaugurada a terceira Unidade, no Sol Nascente, que acolhe 80 crianças. A mais recente, implantada em 2009, conta com 300 crianças e funciona na Guariroba, em Ceilândia Sul. De acordo com a Deputada, cada creche tem a sua particularidade, um carinho especial, mas a filosofia é a mesma. São 13 turmas de 1 a 5 anos, cada sala tem uma professora e uma monitora. No total, há 150 funcionários.

A parlamentar conta que ao ingressar na política chamou os filhos para darem continuidade ao trabalho. “Não tem como a família não participar, é uma dedicação exclusiva”, observa. A filha Helen assumiu a presidência da instituição. “Meu filho está na creche. Acho que se não servir para o meu, não serve para o de ninguém”, diz. Helen destaca o espírito de equipe. “Temos uma turma de voluntários, que trabalha com satisfação. Somos uma grande família. Se não fosse assim, já teria acabado”, completa.

Josefa Soares, 58 anos, mais conhecida como “Tia Mocinha”, está na instituição desde o início, há aproximadamente 26 anos. “Meu filho mais velho ficou na creche e agora é a vez do meu neto”, relembra. Entre outras atividades, ela administra as compras, cuida das verduras, legumes e frutas, e sempre acompanha o preparo da comida. Emocionada, mostra uma mesa verde que foi construída, há muitos anos, reaproveitando uma porta. “A peça é o xodó de todos e é usada até hoje próxima à cozinha. Muitas crianças, muitas gerações comeram ali”, comenta.

A “Tia” explica que na alimentação da meninada constam sucos de maracujá com couve, abacaxi com hortelã, bolo de casca de abóbora, pão integral, patê verde. “Aproveitamos cascas, folhas e caules. É uma alimentação nutritiva, que aproveita quase tudo. Começamos a fazer isso utilizando as doações dos mercados, que repassam aquilo que não pode ser comercializado”, detalha.

João Manoel, 5 anos, afirma que gosta de brincar e de ir ao parquinho. Mas quando perguntado sobre o que mais gosta de comer, surpreende e responde de forma categórica: “salada”. Helen lembra que muitas das crianças fazem as únicas refeições ali. “Aqui tem fila de espera, há uma triagem para ver quem está precisando mais”, lamenta.

As Unidades contam ainda com um bazar itinerante – fica uma semana em cada célula – que funciona das 7h30 às 17h30. Nele são comercializados produtos doados pela comunidade, familiares e também por alguns parceiros. Para se ter uma ideia, os valores das peças variam entre R$ 0,50 e R$ 3,00 e todo o valor arrecadado é investido na compra de materiais a serem utilizados no próprio “brechó”. Os artigos que não foram vendidos são reaproveitados e voltam às prateleiras na forma de artesanato. Quem tiver interesse em contribuir com alimentos, roupas, material de limpeza, brinquedos e outros produtos, pode entrar em contato pelo telefone (61) 3585-9093 ou e-mail centrocomunitariodacrianca@gmail.com.

Fonte: ASCOM SECriança/DF

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