Manoel Neto é acusado de irregularidades que levaram a TCB à pior crise

Rombo na Transportes Coletivos de Brasília cresceu 6 vezes enquanto Manoel esteve à frente da estatal, de 1999 a 2002
Nepotismo, abuso de poder, desvio de dinheiro público. Práticas comandadas por Manoel Neto no gabinete da mulher, a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN), eram comuns na gestão dele à frente da Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB), irregularidades que levaram a estatal de ônibus a viver a pior crise financeira dos seus 50 anos.

Quando assumiu a presidência da TCB, em janeiro de 1999, a empresa era a quarta do setor no Distrito Federal, com 210 ônibus. Sua dívida não passava dos R$ 10 milhões. Neto deixou a estatal três anos depois, com apenas 44 veículos em operação, em oitavo lugar no ranking do transporte coletivo e cerca de R$ 60 milhões em débitos.

Derrotado na disputa por uma cadeira na Câmara Legislativa, Manoel Neto assumiu a TCB no primeiro mês da penúltima gestão de Joaquim Roriz (1999-2002). Na campanha eleitoral, Roriz prometeu reerguer a sucateada estatal. Ao tomar posse na presidência da empresa, Neto reuniu os funcionários e disse que compraria até novos ônibus. Não cumpriram a promessa.

Já em 2001, Roriz anunciou a privatização da TCB, com apoio da Câmara Legislativa. A partir daí, a empresa perdeu suas fontes de renda e passou a dar mais prejuízos ao governo. Desde o anúncio da extinção da estatal, as suas melhores linhas foram entregues às empresas privadas, como a Expresso São José e a Viva Brasília, do então senador Valmir Amaral (PMDB), colega de partido de Roriz e Neto.

Gastos
Contrariando o quadro financeiro negativo, o então diretor presidente da TCB, Manoel Neto, não economizou nos gastos. Em 2001, ele comprou três carros — dois Santanas e um Gol — para a diretoria por R$ 47 mil. Além disso, construiu auditório e consultórios médicos e dentários, apesar de existirem outros maiores na sede da empresa. Estes acabaram desativados.

Neto também não economizou com o funcionalismo. Ainda em 2001, ele aumentou o número de cargos de confiança de 42 para 47. Esses funcionários ganhavam, juntos, R$ 100 mil por mês, um quarto do que a empresa arrecadava.

Entre os funcionários estava a irmã mais velha do presidente da TCB, Cátia Costa de Oliveira, que recebia R$ 2.819 no cargo de chefe de assessoria de planejamento. É a mesma que, anos depois, estaria empregada no gabinete da cunhada Jaqueline Roriz, também sem enfrentar concurso público. Desde o decreto assinado em dezembro de 2001, o GDF assumiu cerca de 1.000 funcionários da TCB — a maioria contratada sem concurso — e uma folha de pagamento de quase R$ 1 milhão.

Fonte: Correio Braziliense

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