Tijuca, Vila e Beija-Flor disputam o título, depois de uma segunda-feira marcada por falhas técnicas na Sapucaí


Fotos: Wilton Júnior, Tasso Marcelo e Marcos de Paula/AE
Teve fim na manhã desta terça-feira um dos carnavais mais esquisitos de todos os tempos. Das 12 escolas do Grupo Especial que passaram pela Marquês de Sapucaí, poucas saíram satisfeitas da Avenida. Uma delas é a Unidos da Tijuca, do carnavalesco Paulo Barros, que voltou a surpreender o público e desponta como a grande favorita. Se vencer, ela se tornará bicampeã. O desfile deslumbrante da Vila Isabel e a sempre competente Beija-Flor também estão no páreo, todas separadas do Salgueiro pelos graves problemas técnicos que a escola enfrentou – o mais grave deles, um atraso que custará preciosos décimos no cômputo final da nota.

A primeira a entrar na passarela do samba, por volta das 21h, a União da Ilha surpreendeu quem esperava um desfile com integrantes abatidos pela tragédia ocorrida há cerca de um mês. Com enredo sobre Charles Darwin e seu principal trabalho – a Teoria da Evolução -, a escola aproveitou o aniversário de 58 anos para celebrar a própria trajetória. Muitos adereços foram substituídos por trajes mais simples, mas nem por isso menos criativos.

Já a Salgueiro entrou com tudo. Com um show luxuoso e criativo, a agremiação viu sua passagem se transformar num drama: problemas em carros alegóricos fizeram a vermelho e branco segurar o passo para não criar buracos e atrasar a saída em dez minutos, o que gera perda na pontuação por penalidade. O drama tirou todo o destaque para o que a escola tinha de melhor: uma bela apresentação sobre o cinema, como ponto alto as referências ao nacional Madame Satã.

Mocidade Independente de Padre Miguel foi para o campo buscar inspiração para falar sobre agricultura. Num desfile correto, a escola teve algumas dificuldades para evoluir por causa do tamanho dos carros alegóricos, além de um princípio de incêndio em uma das alegorias, o que causou um buraco bem em frente a uma das torres de jurados. Elementos da natureza e crenças davam destaque numa epítome da vida: faunos na bateria, forças naturais espalhados pela avenida, sementes, animais e verde.

Outra das “vítimas” do fogo, a Grande Rio lavou a alma sob a chuva na Sapucaí. Com integrantes mais soltos já que nenhuma das afetadas pelo incêndio serão julgadas, o desfile da escola foi dominado pela paixão. Todas as alegorias e fantasias foram recuperadas, mesmo que em versões mais simples, mas tão belas quanto as alas comerciais que eram feitas fora da Cidade do Samba. E foi a paixão que fez todos os componentes cantarem a o samba-enredo em louvor a Florianópolis, com suas crendices, cultura e tradições. Saíram da passarela com a promessa de voltar arrasando em 2012.

A Porto da Pedra chegou com a vontade de vencer no sambódromo. Já com uma trégua da chuva, a agremiação apresentou um desfile lúdico e criativo ao contar a vida da autora e diretora de teatro Maria Clara Machado. Efeitos especiais também ajudaram a levar o público a uma viagem pela imaginação, com destaque especial para o fantasminha Pluft.

Grande expectativa para a noite, a Beija-Flor levou o cantor Roberto Carlos e se apoiou em seu carisma e popularidade para levar o desfile. Todas as fases do rei, desde a infância até a devoção religiosa, passando pela relação com a mãe, Lady Laura, foram simbolizadas pela escola – em fantasias luxuosas e grandes alegorias. Para ganhar ainda mais o público – para quem a presença de Roberto no desfile parecia o suficiente – a agremiação de Nilópolis distribuiu rosas artificiais, em semelhança ao que o próprio cantor faz em seus shows. Mas no fim, pela tradição da Beija-Flor, ficou a sensação de que mais poderia ter sido feito.

Musas do Carnaval 2011:

 

 

 

 

 
 

 








Fonte: O Estadão de São Paulo

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