Grupo formado por 14 distritais de base e da oposição tiram sono de Agnelo

Um grupo de 14 deputados tem vencido, até o momento, todos os embates na Câmara Legislativa (CLDF) e promete dar trabalho ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. O blocão embaralhou o cenário político ao reunir distritais da oposição e da base aliada na disputa, com o próprio governo, pelos espaços da Casa. Na última semana, o grupo conquistou comissões importantes e ameaçou não apreciar a nomeação de Edmilson Gama da Silva para a Presidência do Banco de Brasília (BRB) caso interesses não fossem negociados. A principal queixa é a falta de diálogo com o governador.
Quem é quem: A primeira ação do bloco foi colocada em prática em 1º de janeiro, durante as negociações para a
composição da Mesa Diretora. A questão só foi resolvida depois de oito horas de discussão.
A ampla aliança construída com partidos de diferentes matizes políticas para eleger Agnelo vem custando caro ao Executivo. A insatisfação das legendas se dá justamente pelo fato de o governador ainda não ter conseguido acomodar todas as forças. A fatura tem sido apresentada pelos próprios distritais. Ainda no período de transição, em dezembro do ano passado, eles se organizaram para fazer pressão e ver cumpridos os acordos. Apesar de agir informalmente, o grupo continua ativo. De acordo com cada situação, o blocão pode receber novas adesões ou até mesmo sair de cena momentaneamente.

O Grupo dos 14 reúne os distritais de três blocos: PMDB, PSL, PSC e PTC; PTB, PP, PR e PSDB; DEM, PTdoB, PRTB e PMN. No centro das articulações estão os deputados com mais tarimba política. O peemedebista Rôney Nemer e a democrata Eliana Pedrosa têm trânsito na Casa devido à experiência adquirida nas legislaturas passadas. A habilidade de costurar acordos fez os dois, ao lado dos ex-parlamentares Leonardo Prudente e Júnior Brunelli (ambos sem partido), serem chamados de quarteto fantástico. O peemedebista goza da proximidade com o vice-governador do DF, Tadeu Filippelli, o que lhe cacifa ainda mais entre os colegas. Apesar de o encolhimento do DEM na Casa ter reduzido o poder de barganha de Eliana, a inteligência política da deputada ainda a deixa em posição de destaque.

Quem também tem desempenhado papel fundamental nas movimentações internas é Benício Tavares (PMDB). De atuação discreta, ele é considerado um dos maiores estrategistas da Casa. Na condução das conversas das últimas semanas, ele trabalhou para colocar Wellington Luiz (PSC) na Corregedoria da Câmara. O posto é considerado importante para o Grupo dos 14, que tem membros passíveis de responder a processo ético. A expectativa é que o corregedor pegue leve com os colegas de bloco. “É melhor não apostarem nisso. Não vou jogar nada para debaixo do tapete, mas se tiver de arquivar alguma coisa, e isso for justo, arquivarei apesar de qualquer pressão”, afirma Wellington.

A primeira prova de fogo dele será o caso de Benedito Domingos (PP). A Polícia Civil pediu o indiciamento do deputado pelos crimes de formação de quadrilha e fraude em licitação para beneficiar empresas ligadas aos filhos.

Fonte: Correio Braziliense

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