É em casa que o servidor do GDF, João Pinheiro, 50 anos, continua exercendo o cargo de coordenador de Planejamento e Governança da Tecnologia da Informação da subsecretaria de Tecnologia, subordinada à pasta de Economia. Ele é um dos 835 funcionários do governo que está apto ao teletrabalho temporário, medida adotada pelo poder Executivo local para prevenir o contágio do novo coronavírus. João consegue utilizar as mesmas ferramentas do trabalho físico e fazer reuniões virtuais com outros funcionários.
“As únicas coisas que mudam é o espaço e estar longe dos colegas. Do meu computador consigo acessar as ferramentas que uso no meu dia a dia de trabalho. Pelo Whatsapp marcamos e depois fazemos os encontros virtuais. Ontem mesmo, já fizemos três reuniões e hoje teremos mais uma”, comenta João.
O servidor ressalta que é preciso ter disciplina e destaca que o rendimento tem crescido em apenas uma semana utilizando o novo método de trabalho. “Trabalhar em casa tem sido muito bom por várias questões, mas principalmente com essa situação atual do coronavírus, não se deslocar evita o risco de contrair a doença e passar para familiares, amigos e colegas. É hora de termos mais consciência do que podemos fazer para conter a disseminação do vírus”, alerta.
O subsecretário de Tecnologia da Casa Civil, Antônio Canavieira, explica que a ideia é que os serviços do GDF não parem neste período de pandemia. “Essas soluções promovem um efeito colaborativo muito grande, ou seja, é possível que se faça trabalho remoto. É uma forma de aproveitar o momento para ter novas experiências, trazendo esse aspecto de produtividade mesmo em home office (na tradução literal, escritório em casa). O objetivo é que os órgãos não parem e que ficar em casa não seja um empecilho para trabalhar”, pontua.
Parceria
Para tirar a medida do papel, a pasta contatou duas grandes empresas de tecnologia: Cisco e uma outra gigante do mercado, e em parceria com a Secretaria de Economia, implementaram o trabalho remoto. As ferramentas permitem que os servidores acessem em suas residências os sistemas do governo, com segurança, além de vídeo conferências na qual os funcionários realizam reuniões, da mesma forma que era feita presencialmente. Por enquanto, as soluções estarão disponíveis para o poder Executivo local durante 90 dias.
O diretor do Setor Público da Cisco, Ricardo Mucci, lembra que o governo local foi um dos primeiros a contactar a empresa para uma parceria, levando interatividade para os servidores públicos. “A solução que estamos implementando para o GDF é a videoconferência, ou seja, reuniões virtuais”, informa.
Segundo Mucci, a plataforma já foi criada e todos os usuários cadastrados. Há possibilidade do uso ilimitado de pessoas, sem restrições de tempo. Em uma única reunião podem estar conectados 100 usuários. “Já estamos estudando outra plataforma que abarque mais pessoas. Nossa prioridade nesse momento é facilitar para que as pessoas trabalhem em qualquer lugar, a qualquer momento, por meio de qualquer dispositivo”, garante o diretor.
Márcia Sabino, subsecretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação da pasta de Economia, comenta que a adesão dos servidores tem ocorrido de forma gradativa. “Tem alguns usuários que têm mais dificuldade para configurar a máquina, por exemplo. Estamos dando auxílio para as TI’s [Setor de Tecnologia da Informação] das outras secretarias para que elas possam ajudar esses servidores”, disse.
Decreto
A regulamentação do teletrabalho temporário no serviço público da capital, tanto para servidores efetivos quanto para comissionados e empregados públicos, foi publicada em edição extra do Diário Oficial do DF (DODF), na quinta-feira (19). A medida engloba funcionários que fazem parte do grupo de risco e que conseguem trabalhar em casa, como aqueles que tenham retornado de viagem internacional recente, além de idosos acima de 60 anos, imunossuprimidos e gestantes. Também estão incluídos aqueles que estão em convívio com familiar diagnosticado com a doença.
Conforme o texto, só pode aderir ao teletrabalho em caráter excepcional aqueles que têm infraestrutura tecnológica e de comunicação adequada para manter as atividades fora do ambiente de trabalho. O uso dos equipamentos próprios não serão custeados pelo Executivo.
As atividades desenvolvidas de casa serão monitoradas pela chefia imediata e não serão consideradas, para efeito de remuneração extra ou qualquer outro, como horas excedentes de trabalho. O texto ainda estabelece que o servidor precisa permanecer acessível e disponível, mantendo contatos atualizados e ativos para garantir comunicação imediata com o órgão nos dias de expediente.
Canavieira explica que o monitoramento pelo gestor é feito assim como era realizado presencialmente. “O home office é igual ao mundo físico. As demandas continuam sendo passadas e os prazos seguem sendo cobrados. Além disso, há um manual desenvolvido pelas secretariais que orienta a utilização das ferramentas em casa, de forma segura”, ressalta.
Para não comprometer a prestação de serviços essenciais à população, servidores dos setores da saúde e segurança pública vigilância sanitária, comunicação, assistência social, não serão incluídos no regime de teletrabalho. A determinação também não se aplica aos órgãos de fiscalização de defesa do consumidor, ao Serviço de Limpeza Urbana (SLU), à Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal) e à fiscalização tributária da Receita do DF.
Fonte: Agência Brasília
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