GDF deve pagar dívida com terceirizados no dia 15

Repasse é de R$ 35 milhões; empresas ainda terão a receber, diz sindicato. Pagamento beneficia 30 mil; salário da educação será pago no mesmo dia.

Reunião entre GDF e representantes dos trabalhadores terceirizados no Ministério Público do Trabalho (MPT). ...
Hoje, nós temos R$ 728 milhões em caixa. É o dinheiro para pagar a saúde. Não vai sobrar muito porque na quarta-feira, nós vamos ter que pagar uma parcela [aos terceirizados]. Talvez tenhamos que repassar algo aos catadores do Lixão [da Estrutural]. Já falei: salários são prioridade, mas a cidade não é feita apenas de salários"
Hélio Doyle, chefe da Casa Civil do DF
 
O governo do Distrito Federal firmou um acordo nesta sexta-feira (9) para quitar as dívidas com 30 mil trabalhadores terceirizados da administração pública, que protestam desde o início do mês passado pelo recebimento de salários e benefícios. O GDF deve repassar cerca de R$ 35 milhões às empresas na próxima quarta-feira (14), e o dinheiro deve cair na conta dos trabalhadores na quinta (15). No mesmo dia, está previsto o pagamento dos salários de janeiro dos profissionais de educação.
 
Segundo a presidente do Sindicato dos Terceirizados do DF, Maria Isabel Caetano, os funcionários também conseguiram negociar os dias de paralisação. Os dias não trabalhados não serão descontados da folha salarial, desde que a volta ao serviço aconteça sem falta na próxima segunda (12). Em alguns órgãos públicos, os terceirizados cruzaram os braços há mais de 30 dias.
 
"Quem manda na greve são os trabalhadores. O Ministério Público disse que a gente tinha que ceder um pouco, mas vamos ver a posição da categoria", disse Maria Isabel. Neste sábado (9), os líderes dos piquetes de greve se reúnem com a direção do sindicato para discutir o "convencimento" dos terceirizados à retomada das atividades.
 
O entendimento foi atingido depois de seis horas de audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT). No dia 30 de dezembro, o órgão já tinha notificado o GDF a fazer o pagamento "imediato" da categoria, sob pena de processos administrativos e civis contra os gestores. Com a posse do novo governador, Rodrigo Rollemberg, trabalhadores e governo voltaram à mesa de negociação.
 
De acordo com Maria Isabel, o dinheiro é suficiente para pagar as dívidas com os terceirizados, mas não resolve a situação das empresas. "As empresas ainda têm muito dinheiro a receber. Tem empresa que nos diz que não recebe a verba do governo há seis meses", diz. Em dezembro, estimativa do sindicato indicava que o GDF devia R$ 180 milhões a 14 empresas de terceirizados.
 
Pagamentos
Na tarde desta sexta (9), Rollemberg se reuniu com representantes do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (Sindsaúde) para discutir a greve deflagrada pela categoria no início da manhã.
 
A categoria deve receber os salários na manhã deste sábado (10), segundo promessa do governo, mas a assembleia para suspender o movimento paradista só deve acontecer na segunda (12). Além dos salários que serão pagos, os profissionais cobram 13º salário, férias e outros benefícios.
 
"O fim da greve depende da categoria. O que o governador disse a eles é que assegura o pagamento de tudo que tá sendo devido. Ele fez o reconhecimento da dívida e garantiu que essa dívida não vai cair em exercício findo, ou seja, não vai ser esquecida", afirmou o chefe da Casa Civil, Hélio Doyle, após a reunião com o sindicato.

Segundo Doyle, o pagamento dos terceirizados é um dos motivos que impede o acúmulo de dinheiro em caixa para começar a liquidar o déficit da gestão anterior, calculado até o momento em R$ 3,1 bilhões.

"Hoje, nós temos R$ 728 milhões em caixa. É o dinheiro para pagar a saúde. Não vai sobrar muito porque na quarta-feira, nós vamos ter que pagar uma parcela [aos terceirizados]. Talvez tenhamos que repassar algo aos catadores do Lixão [da Estrutural]. Já falei: salários são prioridade, mas a cidade não é feita apenas de salários", disse o chefe da Casa Civil.
 
Protesto
A sexta-feira (9) foi marcada por protestos de servidores da saúde e da educação, que cobram o pagamento de faturas deixadas em aberto pela gestão de Agnelo Queiroz. Manifestantes bloquearam o Eixo Monumental na altura do Palácio do Buriti e a quadra 102 Sul, próxima ao Hospital de Base, entre o fim da manhã e o começo da tarde.

Pouco antes das 11h, professores e terceirizados ocuparam todas as faixas do Eixo Monumental, na altura do Palácio do Buriti, sentido Esplanada-Rodoferroviária. Uma hora depois, o grupo ocupou cinco faixas da via no sentido oposto, que só foi liberada às 13h. As obstruções terminaram de vez às 16h, após negociação do movimento com policiais militares que faziam a segurança no local.
Fonte: Portal G1 DF

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