Cinco deputados criam novo bloco e abandonam aliança com o PT que só valeu para disputar presidência
Com nova composição, o bloco parlamentar formado até agora por
PMDB e PTB vai aderir à base do governo de Rodrigo Rollemberg. As
conversas com o próprio chefe do Executivo já ocorrem há duas semanas e a
decisão veio após o ingresso, no bloco, do distrital Doutor Michel,
até então alinhado com o PT.
Com isso, o PP de Michel se integra ao grupo — e à base do governo. Os três partidos pretendem ter papel participativo na nova gestão, inclusive, com indicações para cargos.
A decisão deixa o PT, que conta com quatro parlamentares, isolado como único partido de oposição, elevando a base de apoio declarada a Rollemberg a 20 distritais.
Até nome novo
Segundo o líder do bloco,
batizando como “Democrático, Trabalhista e Progressista”, deputado
Robério Negreiros (PMDB) a intenção é já ser parte da base de Rollemberg
a partir do início dos trabalhos, em fevereiro.
Porém, ele garante que a presidente da Câmara Legislativa, Celina
Leão (PDT) terá que trabalhar junto aos demais parlamentares para fazer
“rearranjos” na Casa, devido à forma como o PMDB saiu da eleição para a
Mesa Diretora.
“Da forma como ocorreu, a derrota foi muito ruim. Terão de ser feitos
rearranjos nas comissões para compensar. Hoje há um desequilíbrio muito
grande na Casa e nós fomos excluídos de tudo.
O que queremos agora é que os rearranjos sejam feitos para que o nosso
bloco, já que não tivemos espaço na Mesa, tenha comissões importantes”,
afirma Robério.
O deputado não acredita que o governo tenha de fato os 15 votos que
elegeram a Mesa Diretora, mas nega que o apoio a Rollemberg foi obtido
por meio de barganha.
“Estamos construindo um entendimento com membros do governo, que
inclui o governador, para aderirmos a base. Para isso, precisamos ter o
respeito de poder indicar nomes técnicos que ajudem no governo”, declara Robério.
Petistas se isolam
Sem o apoio do PMDB, PTB e agora do PP, o Partido dos Trabalhadores fará sozinho a oposição ao governo de Rodrigo Rollemberg.
Apesar do isolamento, o deputado Ricardo Vale (PT) garante que essa não é uma ação arquitetada pelo governador. De acordo com ele, Rollemberg até tentou uma aproximação com o partido antes da eleição para a Mesa Diretora.
“Eu não vejo sua ação como uma forma de isolar o PT, até pela
relação de anos que o governador tem com o partido. Acho que o que
ocorre é fruto das circunstâncias, pois isolar o PT não seria uma
atitude coerente”, afirma Ricardo Vale.
Segundo ele, o próprio governador trabalhou para que o PT tivesse a
vice-presidência da Câmara. A dificuldade ocorreu entre os próprios
deputados, que preferiram eleger Liliane Roriz, do PRTB.
Sem o PP, PMDB e PTB, o PT pretende buscar o apoio de outros
partidos que estejam insatisfeitos. O objetivo é ter votos suficientes
para conseguir pelo menos uma comissão importante, como a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF).
“Agora, sem o PP, vamos tentar atrair outros partidos que estejam
insatisfeitos para a disputa das comissões. Esse é um processo normal. O
bloco com o PP foi formado apenas para a Mesa Diretora”, afirma Ricardo
Vale, que acredita que após esse período de disputas por espaço a
situação poderá melhorar.
Fonte: Jornal de Brasília
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