A coordenação da campanha da candidata do PSB à presidência Marina Silva informou que há dois erros no programa de governo divulgado ontem. Foto divulgação. |
SÃO PAULO - A coordenação da campanha da candidata do PSB à
presidência Marina Silva informou que há dois erros no programa de
governo divulgado ontem. Uma modificação substancial foi feita no
capítulo "LGBT" e a nova versão é mais genérica do que a original. Outro
objeto de mudança foi uma referência ao desenvolvimento da energia
nuclear.
Na página 216 do capítulo LGBT do programa de
governo divulgado ontem consta que a candidata propõe "apoiar propostas
em defesa do casamento civil igualitário", uma referência à "aprovação
dos projetos de lei e da emenda constitucional em tramitação, que
garantem o direito ao casamento igualitário na Constituição e no Código
Civil." A correção da coordenação da campanha é mais genérica: "Garantir
os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo."
Na página 215 do programa anunciado na sexta-feira por
Marina Silva em São Paulo há uma linguagem mais incisiva do que nova
versão. "Ainda que tenhamos dificuldade para admitir, vivemos em uma
sociedade sexista, heteronormativa e excludente em relação às
diferenças." O texto destaca em seguida que "os direitos humanos e a
dignidade das pessoas são constantemente violados e guiados, sobretudo,
pela cultura
hegemônica de grupos majoritários (brancos, heterossexuais, homens,
etc.) E ainda ressalta que "uma sociedade em que somente a maioria -
seus valores, tabus e interesses - é atendida pelo poder político,
enquanto minorias sociais e sexuais silenciam, não pode ser considerada
democrática."
A nova redação do tema ficou assim: "Ainda que
tenhamos dificuldade para admitir, vivemos em uma sociedade que tem
muita dificuldade de lidar com as diferenças de visão de mundo, de forma
de viver e de escolhas feitas em cada área da vida. Essa dificuldade
chega a assumir formas agressivas e sem amparo em qualquer princípio que
remeta a relações pacíficas, democráticas e fraternas entre as
pessoas."
Além disso, o texto que deve prevalecer ressalta que
"nossa cultura tem traços que refletem interesses de grupos que
acumularam poder enquanto os que são considerados minoria não encontram
espaços de expressão de seus interesses." A nova versão aponta ainda
que, "a democracia só avança se superar a forma tradicional de
supremacia da maioria sobre a minoria e passar a buscar que todos tenham
formas dignas de se expressar e ter atendidos seus interesses. Os
grupos LGBT estão entre essas minorias que têm direitos civis que
precisam ser respeitados, defendidos e reconhecidos, pois a Constituição
Federal diz que todos são iguais perante a lei.
A segunda correção foi a exclusão da energia nuclear
como fonte importante de geração de energia para o País. Na página 144, o
programa de energia nuclear foi apontado como um dos que merecem
atenção para aperfeiçoamento e aumento de sua participação na matriz
energética do País. Contudo, foi informado que sobre o tema o que deve
ser seguido está na página 65, no ítem 3. "Realinhamento da política
energética para focar nas fontes renováveis e sustentáveis, tanto no
setor elétrico como na política de combustíveis, com especial ênfase nas
fontes renováveis modernas (solar, eólica, de biomassa, geotermal, das
marés, dos biocombustíveis de segunda geração."
Fonte: Ricardo Leopoldo - O Estado de S.Paulo
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