Apontado como ficha suja e, portanto, inelegível pelo Tribunal
Superior Eleitoral, José Roberto Arruda, do PR, continua em campanha
para governador do Distrito Federal. O procurador-geral eleitoral,
Rodrigo Janot, requereu ao TSE que comunique ao TRE o cancelamento da
candidatura do republicano. “Os candidatos que tiverem registros
indeferidos ou cancelados, em virtude da incidência de uma causa de
inegibilidade prevista na LC 64/90, reconhecida por órgão colegiado, não
poderão, evidentemente, realizar campanha eleitoral”, pontuou Janot.
Juristas acreditam que o recurso de Arruda ao Supremo Tribunal Federal
não surtirá efeito positivo para o candidato. Por isso, alguns de seus
aliados e o próprio Arruda começam a pensar num plano B. Ao menos nos
bastidores, o líder do PR admite bancar outra candidatura, para firmá-la
em tempo hábil. Arruda teria dito, porém, que é preciso ganhar tempo
com seu nome para que o novo candidato possa herdar seus votos. A
substituição pode ser feita até 15 de setembro.
O nome dos sonhos de Arruda é o de sua mulher, Flávia Carolina
Peres, porque, se eleita e devido sua falta de experiência
administrativa e política, ele funcionaria como uma espécie de
governador informal. Mas entre seus aliados há resistência. Há quem
avalie que o senador Gim Argello (PTB) é mais consistente eleitoralmente
e, ao mesmo tempo, não poderá ser atacado, ao menos não com extrema virulência, pela máquina eleitoral do PT de Brasília — uma verdadeira máquina de guerra. Uma vitória de Argello seria considerada, deste ponto de vista, como um mal menor para o PT, porque é visto como aliado do governo da presidente Dilma Rousseff.
Aliados de Gim Argello avaliam que as chances de reeleição do
senador são próximas de zero, dada a popularidade de José Antônio
Reguffe, do PDT. Porém, como a candidatura do governador Agnelo Queiroz
está fragilizada — brinca-se que até uma moto o derruba (referência a um
acidente recente com o petista) —, e sem Arruda no páreo, acredita-se
que “japonetiza-se” a eleição de Brasília. A tese é a seguinte: se puder
disputar, Arruda ganha. Entretanto, ninguém acredita que poderá ser
candidato até o fim, e, mesmo se puder, não assumirá. Agnelo, que não faz
um mau governo, é visto como aquele político que o eleitor quer ver
longe do DF. O senador Rodrigo Rollemberg (PSB), se surfar na onda
criada pelo maremoto Marina Silva (PSB), tem chance de se eleger.
Resta saber se Flávia Carolina Peres, ou Flávia Arruda, ou
Arrudinha, como começa a ser chamada, leva os votos do marido. Ou se a
turma de Argello consegue convencer Arruda de que o senador é,
politicamente, mais palatável.
Fonte: Jornal Opção
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